Adolescentes de 16 e 17 anos aumentam presença no processo eleitoral
Em quatro anos, a quantidade de eleitores de 16 e 17 anos aumentou 113% nas cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Especialista explicou que o crescimento indica maior preocupação com os rumos do país pela parcela mais jovem da população.
Nas cinco cidades, as pessoas que votam pela primeira vez neste ano somam mais de 7,3 mil votos, de acordo com o TSE. Em 2018, cerca de 3,4 mil moradores da região foram às urnas pela primeira vez.
O número de jovens que tiraram o título de eleitor aumentou em todas as cidades da microrregião. São 1,5 mil pessoas entre 16 e 17 anos que devem votar neste ano em Americana, 1,1 mil em Santa Bárbara d’Oeste, 2,2 mil em Sumaré, 502 em Nova Odessa e 1,9 mil em Hortolândia.
O americanense de 17 anos, Pedro Lolli, que atualmente cursa o terceiro ano do ensino médio e pretende cursar Direito, considera que o papel do jovem na política é importante. “Nossa opinião é muito pertinente para o debate público, pois trazemos uma visão mais moderna e sonhadora para o futuro, com perspectivas mais tecnológicas e que acompanharão o mundo por muito tempo”, disse.
O estudante observa que, mesmo com o crescimento, muitos jovens preferem não opinar e não se engajam na política. Para aumentar a presença da juventude no processo democrático, Pedro diz que é necessário conscientizar esta parcela da população sobre a importância da participação de cada cidadão no processo eleitoral.
De acordo com a cientista social Maria Almeida, mestre em Educação e professora da UniAnchieta de Jundiaí e da UniMetrocamp de Campinas., o aumento de pessoas de 16 e 17 anos que fizeram questão de tirar o título de eleitor para votar nas eleições deste ano representa uma mudança no papel social dos jovens, uma vez que a realidade apresentada não responde às suas necessidades.
“Estamos enfrentando crise econômica, crise política e eles não estão alheios a tudo isso”, comenta. A professora pontua que o crescimento da presença de jovens no processo democrático mostra que estão preocupados com o rumo do país e, consequentemente, querem fazer a mudança e garantir a participação.
“Eles estão a todo momento recebendo informações sobre o governo, sobre o presidente e sua conduta, sobre o ponto de vista de influenciadores, artistas, entidades estudantis, partidos políticos, meios de comunicação e seus próprios pares, amigos e familiares. Além disso tudo, perderam muitas pessoas com a Covid-19”, observa.