terça-feira, 8 abril 2025

Ônibus novos das linhas intermunicipais da RMC, já sofrem vandalismo

Dos 50 ônibus novos entregues na semana passada para servir a linhas intermunicipais gerenciadas pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) na RMC (Região Metropolitana de Campinas), 12 já sofreram vandalismo. Com apenas cinco dias de operação nas ruas, parte da frota nova já têm bancos rabiscados, campainhas, tomadas USB, janelas e até ar condicionados quebrados. 

Os ônibus foram adquiridos pela concessionária BUS, consórcio de empresas que operam 152 linhas intermunicipais na RMC, e apresentados no último dia 30, na entrega da obra da Ponte da Esperança (ponte estaiada), em Hortolândia. O investimento da concessionária nos carros foi de R$ 58 milhões. Os veículos substituem parte da frota de 323 coletivos que operam nas 123 linhas que interligam Hortolândia, Sumaré, Paulínia e Valinhos – 70% da demanda total da RMC. 

Mas, num triste retrato da falta de educação reinante, ontem cinco dos veículos estavam parados nas garagens de duas empresas concessionárias para manutenções provocadas por vandalismo. Doze já sofreram depredações por parte do próprio usuário, em apenas cinco dias operando. 

Os ônibus contam com wi-fi para conexão grátis à Internet, tomadas USB para carregar celulares, além de rampas de acessibilidade e ar condicionado. Mas, o que pode significar conforto para uns, para outros é desnecessário. Tanto que em alguns dos ônibus vandalizados houve quem arrancasse parafusos das janelas, para forças as travas e abrir os vidros – reduzindo assim a eficácia do ar condicionado. 

“Quando alguém arrebenta a trava da janela e a abre, o motor tem de trabalhar mais para fazer a compensação pelo ar frio que sai. Isso sobrecarrega o aparelho de ar condicionado, um deles inclusive já foi quebrado, está parado, em manutenção. Além disso, como o motor tem de girar mais rápido e o ar condicionado precisa funcionar na máxima capacidade para compensar a abertura da janela, o ônibus acaba gastando mais combustível, e consequentemente acaba poluindo mais o meio ambiente”, explicou ontem Paulo Barddal, Diretor de Comunicação do consórcio BUS . “Muitos usuários reclamam, pedem conforto, USB, ar condicionado, ônibus com suspensão a ar. Mas, muitos quebram o ônibus novo. É preciso mais conscientização”, completa o diretor. 

Outro retrato cruel da falta de sensibilidade de muitos usuários: cintos de segurança que servem a cadeirantes aparecem amarrados dentro dos ônibus, com vários nós, por gente que não tem mais o que fazer a não ser prejudicar a vida alheia. “Como os ônibus têm a rampa para acesso de cadeirantes, o motorista tem de parar o ônibus e acionar o elevador, um procedimento que dura um ou dois minutos. Com o cinto amarrado, o motorista precisa desfazer os nós para uso dos portadores de deficiência, e isso acaba atrasando a operação, aí surgem reclamações de demora, atraso. É difícil”, lamenta Barddal. 

 

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