quinta-feira, 25 abril 2024

Os santinhos e a limpeza de Meche

Quem andou pela cidade com certeza viu por aí um amontoado de santinhos de candidatos do PSL jogados, principalmente em frente às escolas. Os mais comuns eram do vereador Marschelo Meche, reeleito com 777 votos, juntos ao do candidato a prefeito Major Crivelari. A sujeira chegou à internet.

Uma petição foi criada na segunda-feira (16), um dia após as eleições, no site Avaaz e busca reunir duas mil assinaturas solicitando “providências por crime eleitoral praticado por Marschelo Meche”.

Até a noite de ontem já eram mais de 1.500 assinaturas. “Na última eleição, o candidato distribuiu milhares de santinhos, poluindo o entorno de vários colégios eleitorais de Americana. A prática configura crime de propaganda eleitoral irregular e crime ambiental, cujas penalidades são detenção, de seis meses a um ano e reclusão, de um a quatro anos, respectivamente, além de multa. Solicitamos providências e investigação por parte da Justiça Eleitoral e Ministério Público”, diz a petição.

Na noite de terça (17), Meche publicou em seu Facebook que já havia contratado empresa para recolher a sujeira da campanha eleitoral. Ontem, ele informou que a empresa havia concluído a limpeza por toda a cidade.

Na sessão da Câmara de ontem, Juninho Dias (MDB) fez moção de agradecimento aos faxineiros da cidade pela limpeza dos santinhos e cutucou.

“Palhaçada o que o candidato eleito fez com esses santinhos. Uma senhora machucou porque escorregou nos santinhos. Jogaram na frente das escolas, sabendo que é errado e que causa acidente”, disse.

Orestes, que substituiu Rafael Macris, ausente por motivos particulares pela terceira sessão seguida, disse ser uma vergonha a poluição dos santinhos encontrada nas ruas. “Também presenciei uma senhora escorregando, caindo da escada no Heitor Penteado. Eu, a mãe e a tia da Maria Giovana tivemos que varrer tudo lá na frente”, afirmou.

Juninho prosseguiu. “E não adianta falar que não mandou jogar os santinhos. Todos ficam preocupados com reeleição, querem vencer, então muitos apelam nos últimos minutos. Se for falar que foi sem querer, então seriam poucas unidades. Pô, forraram o chão de santinho, que palhaçada. E quer dar lição de moral na Casa, como se fosse exemplo”, afirmou.

“Recolhemos materiais de todos os candidatos nos quatro cantos da cidade e estamos dando destinação correta de reciclagem de todos os resíduos de campanha. Essa semana mesmo eu coloquei minhas redes sociais à disposição da nossa população para dúvidas e estamos prestando atendimento”, afirmou Meche, em nota.

Crivelari disse à reportagem que o material encontrado nas ruas foi elaborado por Meche. “Pelo que ele me disse, ele contratou uma empresa para entregar e a empresa jogou de maneira inusitada nas proximidades dos colégios eleitorais. Conversei com ele e ele contratou de imediato uma empresa para recolher o material jogado e também os dos outros que estavam juntos”.

Ele lamentou o ocorrido. “As minhas sobras específicas foram armazenadas e serão destinadas para a coleta seletiva. Essa cultura de ‘forração’ e de eleitor que apanha santinho no chão para votar está com os dias contados”, disse.

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