A Prefeitura de Campinas anunciou, na quarta-feira (19) a nova finalidade do Palácio da Justiça, no Centro de Campinas, que passará a se chamar “Palácio da Cidade”. O prédio histórico no Centro de Campinas será ocupado por mais de 60 serviços, como atendimento ao público da Emdec, Procon, Sanasa, CPFL, CPAT, entre outros órgãos e empresas. Também abrigará serviços educacionais, como a Fumec.
O prédio foi desocupado recentemente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que transferiu para a Cidade Judiciária, no Jardim Santana, os setores que ainda funcionavam no local. Com isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, assinou um decreto no final de fevereiro, cedendo o prédio por 40 anos para a Prefeitura de Campinas. No decreto consta que o prédio deve ser utilizado para duas finalidades: abrigar a Câmara Municipal e um “Museu do Judiciário em Campinas”.
A Câmara já ocupou o prédio por 22 anos, entre 1948 e 1970, e era a principal opção da Prefeitura para ocupar o local, e a volta da Câmara de Vereadores ao Palácio da Justiça era algo dado como certo. Porém, após muitas conversas e estudos, essa ideia foi abandonada. O presidente da Câmara, Luiz Rossini, explica o motivo. “Do ponto de vista jurídico, a nossa procuradoria entendeu que haveria risco em fazer investimento de grande monta num prédio que não é da municipalidade, ele está sendo cedido, permitido o uso. Então, para evitar problemas, a gente desistiu dessa ideia, até porque as intervenções seriam, de estrutura, muito profundas, num prazo de no mínimo três anos para que isso pudesse acontecer”.
Apesar de o decreto definir outra finalidade para o prédio, o prefeito, Dário Saadi, descartou que isso possa trazer problemas. “A Secretaria do Patrimônio, através do subsecretário, fez questão de estar aqui, de dizer que já foi analisado, está tudo certo, porque não muda muito. Mudaria se a prefeitura propusesse estar a vender, estar participando por iniciativa privada, mudaria para outro órgão que não fosse público. Você traz para o Centro da cidade uma série de serviços de atendimento ao público, que vai trazer cerca de 30 mil pessoas, todos os meses, aqui nesse espaço.”
Paulo Vidal, subsecretário do Patrimônio de SP, confirmou a anuência do estado. “Acho que isso vai trazer vários benefícios para o Centro da cidade, para o povo, para a gente fazer essa revitalização do Centro, principalmente para o povo de Campinas, porque os serviços e os trabalhos que vão ser executados aqui são de grande monta e de grande importância para o município e para a população”.
E a utilização do local para atendimento à população, com estimativa de grande circulação de pessoas, animou o comércio no entorno. José Sebastião de Souza tem um café e restaurante próximo ao prédio, e acredita que o movimento vá melhorar na região. “Vai melhorar porque além de ter mais gente na rua, eu acho que vai ter mais segurança, o Prefeito e os vereadores vão dar mais atenção para aqui. Eu acho que vai ser muito bom, viu, para mim, e eu acho que vai ajudar muito.”
Segundo a Prefeitura, a transferência dos serviços para o Palácio da Cidade vai gerar uma economia de mais de R$ 2 milhões ao ano com a saída de serviços de prédios alugados. A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos no início de 2026.