A situação financeira difícil de centenas de famílias da região – principalmente por conta da pandemia do coronavórus – faz despertar a solidariedade. E os exemplos que chegam diariamente ao conhecimento da reportagem são emocionantes. As pessoas se desdobram e fazem o bem.
Como na Assembleia de Deus Ministério Restauração, igreja fundada há três anos no Jardim Europa, em Santa Bárbara d’Oeste, frequentada atualmente por 180 fiéis. Um grupo de dez voluntários, no caso, arrecada frutas, legumes e hortaliças que são separados em kits e entregues a famílias muito carentes.
Desde o começo da quarentena, já foram organizadas quatro edições da campanha. E nada menos que 800 já receberam alimento. Detalhe. Não importa a religião de quem doa, nem de quem recebe.
Tudo começou por iniciativa do próprio pastor Rafael de Aguiar, de 34 anos. Ele tirou dinheiro do próprio bolso para comprar alimentos e distribuí-los a famílias muito pobres que moravam no sofrido bairro Bruxelas, ali pertinho do americanense São Jerônimo. Naquela área acontecia um culto doméstico, em um barraco onde morava um dos fiéis. E lá muita gente abriu o coração. Uns sem trabalho, uns com fome.
Pois a iniciativa do pastor tocou o coração dos frequentadores da igreja. Cerca de dez jovens abraçaram a causa e passaram a arrecadar dinheiro e mantimentos. Com amigos, parentes, vizinhos. Até empresários se envolveram. O povo começou a ajudar como e com quanto podia. Qualquer trocado valia.
A campanha mobilizou de tal forma a comunidade que a última edição da campanha arrecadou 3 toneladas de alimentos.
Um dos membros da igreja, Reinaldo Casemiro, tem um caminhão e o ofereceu para o transporte de verduras, frutas e legumes comprados na Ceasa Campinas e distribuídos por aqui. Ele e o pastor vão até lá, pechincham e enchem a carroceria.
Todos os kits são espalhados no chão do templo. Quem precisa passa por lá nas manhãs de sábado. E tem comida pra colocar na mesa.
ESSÊNCIA CRISTÃ
A designer de interiores Bruna Oliveira faz parte do grupo de jovens. “A gente pratica a essência da espiritualidade. Faz caridade, ajuda quem precisa. E o número de pessoas que contribuem não para de crescer. A gente chora de emoção”, diz.
Bruna não sabe quanto tempo vai durar a pandemia. Mas ela sabe que não vai faltar gente empenhada para amparar os semelhantes.