A primeira semana da Viação Terra como nova operadora do transporte coletivo urbano de Paulínia está sendo marcada por uma enxurrada de reclamações de usuários. Atrasos, lotação, falta de parada nos pontos, sujeira e falta de manutenção nos ônibus são alguns dos relatos feitos por passageiros desde que a empresa assumiu as linhas do sistema no último sábado (11).
Outro problema listado é a falta de condições de acessibilidade para portadores de deficiência.
“Alguns ônibus não tinham acesso para usuários de cadeira de rodas. Temos lei municipal que exige isso. Eu, por exemplo, sou cadeirante e estou limitado, não posso usar. A frota anterior era 100% adaptada”, afirma o psicólogo Daniel Pegoraro.
O grupo Terra venceu uma licitação emergencial aberta pela prefeitura para substituir a Flama, viação do grupo Passaredo que executou o transporte na cidade nos últimos 27 anos.
O acordo prevê um repasse de R$ 8,5 milhões da Administração – que banca a maior parte da tarifa, por meio de subsídio público – em um prazo de 180 dias.
No anúncio da nova empresa, a prefeitura afirmou que a idade máxima dos veículos em operação seria de oito anos e que 25% da frota rodaria com ar-condicionado.
O TODODIA questionou a prefeitura sobre o número de reclamações registradas sobre transporte na central 156 e no protocolo municipal desde o último dia 11, mas foi informado de que as queixas “não foram contabilizadas”.
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O prefeito Du Cazellato, em postagens nas suas redes sociais, admitiu os problemas iniciais e disse estar atuando para resolver as questões.
MAIS 11 ÔNIBUS
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Administração afirmou que acompanha a execução do contrato por meio de um comitê de fiscalização, que envolve várias secretarias, e que notificou a Viação Terra para que “tome as medidas cabíveis”, sob pena de punição. Na quarta-feira (15), 11 veículos foram integrados à frota.
“Entendemos que os problemas tendem a diminuir nos próximos dias, mas só iremos descansar quando a empresa passar a cumprir tudo que foi acordado em contrato”, afirmou o secretário de Transportes, Antônio Cabreira.
A reportagem tentou contato com a empresa ontem, mas ninguém foi localizado para comentar o caso.
Por Walter Duarte