sexta-feira, 22 novembro 2024

Pedido de perdão sela a paz

Acabou tudo em paz. Lideranças da igreja evangélica Assembleia de Deus participaram, na noite de sexta-feira, de uma audiência pública na Câmara Municipal de Campinas e pediram, publicamente, desculpas por um incidente infeliz em 2017, quando alguns membros da igreja se desentenderam com pessoas da comunidade negra, no Largo da Catedral. Naquele dia, acontecia a tradicional lavagem das escadarias da Catedral Metropolitana.

O evento, muito bonito e cheio de simbologia, é organizada anualmente por pessoas ligadas a religiões de matriz africana. Festa, inclusive, que faz parte do Calendário Oficial de eventos do município. Acontece que no mesmo dia e local, também acontecia um evento de evangelismo, que tinha a participação de fiéis da Assembleia de Deus do Nova Europa. Alguns jovens evangélicos decidiram se manifestar contra o evento afro, mostrando cartazes e protestando contra a fé alheia, num roupante de intolerância religiosa que, por sinal, não teve aprovação da própria Assembleia.

As pessoas ligadas às religiões afro se sentiram ofendidas. e houve até quem manifestou o interesse de levar o caso à Justiça. Os campineiros em geral, sem oligação com os dois grupos, também se manifestaram inconformados contra a intolerância religiosa, quando ouvidos por repórteres de jornais locais e emissoras de rádio. O caso parou a cidade. Tanto é que os próprios vereadores de envolveram nos debates.

Caso do professor Alberto (PL) e do Carlão (PT), que imediatamente procuraram pelas lideranças dos dois grupos conflitantes para incentivar o diálogo. E deu tudo certo. A mesa da Câmara na sexta foi foi ocupada pelos dois vereadores, por representantes da prefeitura, de entidades da comunidade negra e, claro. da Assembleia de Deus. O pastor Daniel Bueno apresentou suas considerações, pediu desculpas aos organizadores da lavagem das escadarias, e em seu discurso deixou claro que a Assembleia de Deus não desrespeita as religiões de tradição africana. Prova disso, afirmou, é que o Templo Central da Assembleia de Deus em Campinas é ladeado por dois centros de tradição africana, e nunca houve qualquer manifestação desrespeitosa, de ambas as partes. Todos usam o mesmo espaço para o estacionamento de veículos, frisou, e há amizade plena. Até dados importantes foram apresentados após o discurso do pastor. O fundador do Movimento Pentecostal foi o pastor negro William Joseph Seymour. E 60% dos frequentadores dos templos da Assembleia de Deus no mundo são negros ou afrodescendentes. A confusão de 2017 foi, para os evangélicos, uma ação desrespeitosa isolada, absolutamente sem apoio da igreja.%2011-08-2019.pdf

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