sexta-feira, 26 julho 2024

PF detém quadrilha internacional de tráfico de drogas

Quatro pessoas de Campinas e uma de Sumaré estão entre os 12 presos na região na operação Além-Mar, que desarticulou uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, que transportava cocaína de helicóptero da Bolívia e Paraguai até o Estado de São Paulo. A célula de Campinas distribuía a droga internamente e cuidava da exportação para Cabo Verde, na África, e para a Europa.

A droga seguia para o Nordeste para ser transportada de navios até portos na Europa e na cidade do Cabo, na África. A operação foi comandada pela Polícia Federal de Pernambuco, a partir do cumprimento de 141 mandados de prisão em 12 Estados e o Distrito Federal. Foram cumpridos 141 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias), expedidos pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco. Os mandados foram dirigidos a endereços e pessoas localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, e Distrito Federal.

Foi determinado ainda pela Justiça Federal o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso. Estima-se um total de R$ 100 milhões em patrimônio indisponibilizado pela decisão judicial.

Prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações caracterizaram um modus operandi dividido em três fases: internação da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo, transporte interno da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões e transporte internacional mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de contêineres) ou veleiros.

CAMPINAS

Em Campinas, 50 policiais federais em 12 equipes tinham 12 alvos. Foram cumpridas duas prisões temporárias de dois homens e duas prisões preventivas de uma mulher e um homem. Outra pessoa foi presa em Sumaré. Também foram presos uma pessoa em Itupeva, uma em Morungaba e uma em Jundiaí. Ainda foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão.

A primeira célula criminosa, estabelecida na cidade de São Paulo, fazia sistematicamente a “internação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa.”

Um segundo grupo criminoso, em Campinas, recebia a cocaína para distribuição interna e exportação para Cabo Verde, na África e Europa. A droga seguia escondida em caminhões-tanque até galpões para depois serem embarcados em navios no Porto de Natal, no Rio Grande do Norte, ou em Pernambuco, para seguir viagem de navios ou veleiros até portos na Europa, especialmente Espanha, Bélgica, França e Holanda. Uma parte seguia para Cabo Verde, na África.

A terceira célula criminosa, localizada no Recife, integrada por “empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, cuidava da logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres”.

BANCO PARALELO

A quarta parte da organização criminosa era estabelecida na região do Brás, em São Paulo, e atuava como “banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo)”.

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