
O prefeito de Piracicaba, Helinho Zanatta (PSD), decretou, nesta segunda-feira (19), estado de emergência em saúde pública no município em razão do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente entre o público infantil. A medida, publicada no Diário Oficial do Município, tem validade inicial de 120 dias e poderá ser prorrogada conforme a evolução dos indicadores epidemiológicos.
A decisão foi tomada com base em uma série de alertas emitidos por autoridades de saúde nacionais e internacionais, incluindo o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Todos apontam para um crescimento preocupante da circulação de vírus respiratórios, como o influenza, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus — este último com impacto significativo sobre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos.
De acordo com o decreto municipal, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade já apresentam um número anormal de pacientes com sintomas característicos de SRAG. Há também um aumento expressivo nas internações de crianças em UTIs pediátricas e neonatais, muitas delas necessitando de intubação, ventilação mecânica e suporte de oxigênio.
Com a declaração de emergência, a Prefeitura está autorizada a adotar medidas administrativas e assistenciais urgentes para conter o surto, incluindo a compra de insumos médicos e a contratação de profissionais de saúde por tempo determinado. O decreto prevê ainda a tramitação prioritária de processos relacionados à emergência e a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES – Sintomáticos Respiratórios), que será responsável por coordenar as ações estratégicas de combate à doença.
A Secretaria Municipal de Saúde será o órgão responsável por conduzir as ações emergenciais e estabelecer diretrizes para enfrentamento da crise. Entre as medidas determinadas está a priorização de leitos hospitalares de suporte ventilatório e UTIs pediátricas para atendimento exclusivo de casos de SRAG.
A situação de emergência foi motivada por diversos fatores, como o aumento das hospitalizações por SRAG nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, além do alerta da Fiocruz sobre o aumento da circulação viral já no início de abril. O Ministério da Saúde também editou portaria específica liberando recursos excepcionais para o enfrentamento da doença.
Com a nova determinação, o município de Piracicaba busca garantir atendimento adequado à população infantil afetada pela síndrome, reduzir a pressão sobre o sistema de saúde e impedir o agravamento do cenário epidemiológico.