As piscinas Edmundo Corteze, que ficam no Ginásio Municipal de Esportes Jaime Nércio Duarte, no bairro Santa Rosa, em Nova Odessa, estão sem uso desde outubro de 2016, quando a prefeitura interrompeu o contrato com uma empresa que fornecia professores para dar aulas de natação no local. As duas piscinas foram inauguradas com festa em fevereiro de 2014, 22 anos depois da construção.
As piscinas chegaram a ser aterradas em administrações anteriores, e o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB) investiu cerca de R$ 40 mil para retirar a terra e colocar as piscinas em funcionamento. “Entrei na política para fazer diferença e para governar para quem mais precisa. Muita gente deve se lembrar da época em que as crianças pulavam o muro para brincar na piscina suja, cheia de lama. Agora ninguém vai precisar pular o muro. As piscinas estão com água limpa e as aulas de natação serão acompanhadas por instrutores profissionais para garantir a segurança de nossas crianças”, disse Bill à época da inauguração.
Durante a inauguração, Bill e o, então, secretário de Esportes, Nenê Réstio (MDB), foram jogados na piscina.
No entanto, quatro anos e seis meses depois da festa de inauguração, as piscinas seguem fechadas e secas há um ano e oito meses, pois não há profissionais para atender a população.
Marcos Tomaiolo, dono da empresa que venceu a licitação e assumiu as aulas desde a inauguração, disse que atendia 400 pessoas de 6 a 59 anos, por mês. “O contrato era até março de 2018. A prefeitura cortou alegando não ter condições financeiras. Foi naquele período em que todas as prefeituras estavam sem receber repasses. A princípio, era por um período, mas acabou definitivo”, disse.
De acordo com o empresário, as aulas eram dadas de segunda a sábado, em turmas de manhã e à tarde. “Foi um prejuízo para várias pessoas. Pois muitos dos que frequentavam lá não tinham condições de pagar uma academia. Havia muitos casos de indicações médicas, ou seja, prejuízo para a saúde do município também”, avalia.
Tomaiolo comenta que sabe que o país passa por uma crise, mas argumenta que o esporte é uma prevenção na área da saúde e social. “Então, deveria haver um esforço dos governantes da cidade para reativar essas atividades. Seja por outra licitação ou por concurso para professores. Fora que foi gasto dinheiro para reforma e colocar em funcionamento e agora corre o risco de ser danificado novamente”, aponta.
O agente fiscal de renda Paulo Custódio, 44, diz que a filha fazia aulas, mas o projeto foi interrompido dois meses depois da entrada dela. “Ela fazia aula nas piscinas, mas fechou e não teve mais. Ela tinha 10 anos na época e acabou perdendo o interesse, não está fazendo nada. A natação era muito boa, movimentava o corpo todo, não tinha impacto, não tinha lesão, é o esporte mais completo”, avalia.
Ele aponta que a prefeitura está falhando com a população. “Na minha opinião está deixando muitíssimo a desejar. Tem que ter projeto de lazer e cultura, foram cortados todos os projetos e nunca mais voltaram. É uma falha muito grande, não devia ter acontecido. A gente passa lá e dá até dó”, completa.
O vereador Tiago Lobo (PCdoB) fez um requerimento com questionamentos sobre o retorno das atividades no local e contratação de profissionais, mas ainda não recebeu resposta. “As piscinas estão secas e, pelo que eu andei conversando com pessoas da área, isso danifica muito a estrutura. É provável que saia mais caro recuperar do que se tivesse mantido as atividades”, diz o parlamentar.
OUTRO LADO
A Prefeitura de Nova Odessa informou que as piscinas do Complexo Esportivo do Jardim Santa Rosa estão desativadas desde outubro de 2016 por falta de profissionais para atuar no local. “A Secretaria de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo aguarda a abertura de concurso público pela Prefeitura para a contratação de professores e, paralelamente, busca parcerias para viabilizar a reabertura do local. As piscinas se encontram esvaziadas para não acumular água”, informou.
“As aulas de natação eram realizadas por turmas e chegaram a atender um universo de aproximadamente 300 crianças. No momento não há a previsão de concurso público para essa área. Lembrando que a reativação das piscinas não se resume apenas a contratação de professores, mas também vários outros gastos mensais, com água, energia elétrica, manutenção de equipamentos e produtos químicos para as piscinas, entre outros”, destacou a Administração.