A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (16) a Operação Baiuca e desarticulou uma organização criminosa envolvida em crimes como roubo de cargas, de caminhões e lavagem de dinheiro. O grupo atuava especialmente na região de Campinas.
Foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo criminoso, incluindo residências. Desses 19 alvos, seis já estavam presos por crimes como roubo e tráfico de drogas, enquanto outros sete foram presos nesta sexta-feira, e outros seis não foram localizados e são considerados foragidos. Também foi determinado o sequestro de bens e valores estimados em R$ 1,75 milhão, supostamente vinculados à organização.
Ações violentas
Segundo o Chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson de Souza, o grupo agia com violência ao cometer os crimes. “Eles iam fechando, apontavam a arma para o motorista, as vezes fuzis, ou até simulacros de armas, e o motorista ia estacionando, eles fechavam o caminhoneiro até que ele parasse em algum lugar. Quando ele parava, eles eram abordados com violência, ou eram mantidos reféns dentro da cabine, ou eram colocados dentro do carro de apoio, sempre três indivíduos. E eles utilizavam também carros roubados, carros com placas falsas, ou carros alugados, em nome de terceiros, que também colaborariam dentro dessa organização criminosa. O objetivo já era despistar a leitura de placas que esses veículos enfrentam aqui em toda a região metropolitana”. As investigações identificaram ao menos 22 crimes atribuídos à quadrilha entre fevereiro de 2023 e dezembro de 2024, com ocorrências em nove cidades da região, como Americana, Cosmópolis, Jaguariúna e Mogi Mirim.
Grupo foi desarticulado
Desde 2022 foram mais de dez operações realizadas pela Polícia Federal focando este grupo criminoso. E nesta sexta-feira, foram cumpridos mandados em Campinas, Hortolândia, Limeira e Paulínia. Agora, com as prisões de hoje, a Polícia Federal afirma ter desarticulado este grupo criminoso. “Nós encerramos a atividade dessa organização criminosa porque o líder e as pessoas que o assessoravam, e principalmente as pessoas que participavam da lavagem de dinheiro, foram presas ou já foram identificadas, então dificilmente esse grupo se reestruturará. (…) Então nós acreditamos que, conforme vimos o histórico das outras operações, em que a cada operação as pessoas não só têm sido presas, mas permanecido presas e condenadas, nós acreditamos que dificilmente essa organização criminosa volte a atuar, principalmente aqui na nossa região”, disse o chefe da PF em Campinas.
Sequência das investigações
As cargas mais visadas incluíam combustíveis, bebidas, carnes e tecidos. Há indícios de que parte das bebidas roubadas eram comercializadas em adegas ligadas aos investigados, que também utilizavam os estabelecimentos para lavagem de dinheiro. Agora a investigação busca identificar quem eram os receptadores dos produtos roubados. “Nós fizemos a pedimos a prisão deles junto à justiça. Mas nosso objetivo principal hoje, considerando a técnica de investigação utilizada, era ter acesso aos dispositivos eletrônicos, aos celulares. Porque pela intensidade com que eles agiam, o que nós queremos saber é quem são os receptadores dessa carga, principalmente combustível e bebida”.
Operação Baiuca
O nome da operação, “Baiuca” faz referência a estabelecimentos comerciais de má reputação, em alusão aos locais usados para ocultar produtos de origem criminosa.
Possíveis penas
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, roubo e lavagem de dinheiro, com penas que somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
