Desde 2018, seis municípios discutem a possibilidade de revitalização de um dos principais cursos d’água da região: o Ribeirão Quilombo. O curso d’água degradado por anos pela poluição, atualmente luta para se reconstruir novamente.
O Ribeirão percorre cerca de 55km desde sua nascente em Campinas até seu fim em Americana, onde deságua no Rio Piracicaba. Em seu trajeto completo, passa também entre vias urbanas pelos municípios de Paulínia, Hortolândia, Sumaré e Nova Odessa.
Por meio do Consórcio PCJ, o Projeto de Revitalização do Ribeirão Quilombo busca conscientizar municípios e colocar em prática ações que possam trazer vida ao curso d’água até 2035.
De acordo com o técnico do consórcio PCJ Flávio Forti Stenico, com vazões médias de 5,5 m³/s, o Ribeirão possuí dificuldade de autodepuração, ou seja, de limpar suas águas durante o trajeto do corpo d’água. Por isso, para melhorar a água do ribeirão são necessários investimentos no tratamento de esgoto, com tratamentos terciários, construção de reservatórios de macrodrenagem para contenção de picos de chuvas e o reflorestamento das matas ciliares e nascentes de córregos afluentes do Quilombo.
A média do índice de tratamento de esgoto nas bacias PCJs vem avançando com o passar dos anos, mas Sumaré ainda é um dos pontos cruciais que impede um grande avanço no processo de despoluição desse afluente, com apenas 27% do esgoto municipal tratado.
Nova Odessa é um dos maiores exemplos desse grupo. O município possuí 100% do seu esgoto tratado e por meio da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Quilombo, realiza todo um tratamento desses dejetos para devolver ao Ribeirão água limpa. Mas segundo a responsável técnica da Coden Ambiental, empresa responsável pelos serviços de água, esgoto e manejo de resíduos sólidos do município, para ações do Quilombo serem efetivas, não devem vir de apenas uma cidade. “Se toda cidade pudesse fazer sua parte e colaborar a gente consegue quem sabe ter o Ribeirão Limpo. Nova Odessa está fazendo sua parte”, destaca.
Hortolândia também segue o exemplo. A cidade possuí também 100% do seu esgoto tratado, mas a maior problemática envolvendo a cidade eram as cheias. No quesito de macrodrenagem, dos 13 reservatórios para contenção de cheias, quatro foram construídos, desde o início desse grupo, sendo três em Hortolândia e um em Campinas.
A TV TODODIA buscou conhecer e apresentar o que cidades vêm fazendo para cumprir com a meta de despoluição desse rio.
Americana que tem 95,55% do esgoto tratado, realiza o desassoreamento dos córregos constantemente pela Prefeitura de Americana, que em nota, relatou que o trabalho no Ribeirão Quilombo é feito por meio da ação “Rios Vivos” do Programa “Água é Vida”, do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica, vinculado à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA).
“A Secretaria de Obras e Serviços Urbanos da Prefeitura de Americana também realizou, em fevereiro deste ano, um serviço de contenção no Ribeirão Quilombo para evitar problemas como desbarrancamento, por conta do excesso de chuvas”, destaca.
Assim como as demais cidades, Americana também atua no reflorestamento e adensamento de mata ciliar, que juntas somam mais de 133 mil mudas ciliares ao longo das margens desse afluente.
Os municípios de Sumaré, Paulínia e Campinas não responderam sobre seus projetos até o encerramento desta matéria, mas segundo a PCJ, todos os municípios participam das reuniões do grupo e botam em práticas ações efetivas em seus trechos.