O presidente da Câmara de Nova Odessa, Oséias Jorge (PSD), usou a tribuna, na sessão desta segunda-feira (26), para criticar a articulação política feira pelo prefeito Cláudio Schooder, o Leitinho (PSD), e pelo vice-prefeito, Alessandro Mineirinho (PP). O parlamentar, que é do mesmo partido do prefeito, afirmou que precisou “superar interferências do Executivo” para conseguir ocupar o cargo de presidente e enfatizou que o atual governo não aguentaria um mês caso ele se tornasse oposição.
“Se eu dependesse do senhor [prefeito], nem nessa cadeira eu estaria. Porque vocês foram lá articular para pagar R$50 mil para o vereador, junto com o dono deste prédio, porque as informações chegam até nós. Só não foi presidente a Márcia Rebeschini (União) porque eu fiz uma articulação com pessoas que têm palavra, que se chamam André Faganello e Pelé. Porque se fosse depender de vocês, eu não estaria sentado nesta cadeira”, declarou o vereador.
No início de seu discurso, Oseias criticou, principalmente, a articulação realizada pelo prefeito para a escolha do atual secretário-adjunto de Educação, Ricardo Eugênio. Isso porque ele foi nomeado para o cargo mesmo após ter participado de um pedido de cassação contra Leitinho. Oséias também ressaltou a articulação realizada para a nomeação do ex-vereador Silvio Natal, o Cabo Natal, como secretário-adjunto de Segurança Pública.
“Eu não culpo o senhor [Cabo Natal], porque o senhor não tem culpa, nem o Ricardo tem culpa, o secretário-adjunto de Educação. Eu culpo quem fez a articulação para que vocês estivessem lá. Isso é um desrespeito aos vereadores que estão aqui. Porque quem fez a articulação para que eles estivessem lá, esse é quem eu critico, esse é quem eu falo. O secretário-adjunto de Educação, pelas informações que chegaram até nós, também participou do pedido de cassação do prefeito Leitinho. E sabe qual foi o presente que ele ganhou? Ser nomeado secretário-adjunto de Educação”, afirmou Oséias.
Ambos os políticos integraram a equipe de secretariado do prefeito Leitinho após uma grande reestruturação realizada no começo deste ano, quando Ricardo Eugênio foi nomeado secretário-adjunto de Educação, após Assis das Neves Grillo, que ocupava o cargo de adjunto, assumir como titular da pasta. Na mesma reestruturação, o chefe do Executivo anunciou Cabo Natal (PP) como secretário-adjunto de Segurança Pública.
Oséias ainda ameaçou colocar sua “tropa na rua” caso não seja respeitado.
“Ou vocês me respeitam, ou o canhão vai ser virado a partir de hoje. Vocês querem arrumar confusão comigo? Aqui dentro ou lá fora, eu coloco a minha tropa na rua e vocês colocam a sua. Aqui dentro, eu sei articular. Para eu sentar nessa cadeira (da presidência), eu tive que articular, então não sou bobo. Ou o prefeito Leitinho entra na sala e nos respeita, ou eu não vou mais participar de reunião nenhuma, nem com o vice, que não sabe de nada. É para você agora, que o canhão vai virar. Eu quero ver se vocês vão aguentar. Um mês vocês não aguentam ficar falando aqui”, enfatizou.
Por fim, o presidente pediu que os demais parlamentares não se tornassem passivos diante da situação, dando a entender que estavam sendo coniventes com os acontecimentos. “E vocês, vereadores, prestem atenção. Não sejam bonecos de posto, façam o favor. Eles têm que respeitar vocês, e outra coisa: parem de terceirizar. Eu não vou conversar com coach, não vou conversar com palestrante”, finalizou.
A prefeitura foi procurada pela reportagem, assim como a equipe de Oséas Jorge, mas até o encerramento desta reportagem, não obtivemos resposta.
