quarta-feira, 14 maio 2025
MACRÓFITAS

Proliferação de plantas aquáticas preocupa frequentadores do Parque dos Ipês em Santa Bárbara d’Oeste

Questionada pela reportagem da TV TODODIA, a prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste mencionou o período sem chuvas para justificar o aumento das macrófitas no lago.
Por
João Victor Viana

Uma planta aquática em intensa reprodução tem tomado conta do lago do Parque dos Ipês, em Santa Bárbara d’Oeste, e chamado a atenção dos frequentadores. O crescimento descontrolado da vegetação tem gerado preocupação, especialmente quanto à aparência e à qualidade da água, motivo de descontentamento por parte da população.

Diandra Cristina, moradora do bairro Sartori, vê a situação como sinal de abandono. “Perigoso pegar uma doença, a dengue está no ar, e dá para ver que não está tendo um tratamento adequado com a água”, afirmou.

Marina Cardoso, que vive na Austrália e não visitava o Brasil havia dois anos, foi conhecer o Parque dos Ipês com o filho de 4 anos. Ela se assustou com a aparência da água coberta pela planta, que se confunde com o gramado e pode representar risco às crianças.

“Ele [filho] estava achando que era tudo grama porque de longe você olha ali da rua e acha que é tudo grama, não parece água. E ele quase saiu correndo achando que era grama”, relatou.

A psicanalista Lilian Soares, que visita o parque semanalmente, notou o aumento da vegetação aquática nas últimas semanas. “É um lugar onde toda a população gosta de frequentar. A gente gosta de ver a beleza da natureza, não o que impede a beleza”, comentou.

Proliferação de Salvinia no lago do Parque dos Ipês | Foto: Alessandro Araujo/TV TODODIA

A planta em questão é a Salvinia, um tipo de samambaia aquática. Segundo a professora titular do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria do Carmo do Amaral, a espécie não é prejudicial em si. Na verdade, pode contribuir para o tratamento da água. No entanto, seu crescimento exagerado deve ser controlado, pois pode comprometer o ecossistema do lago.

“É como se ela [Salvinia] fizesse muita sombra no lago e as algas e plantas aquáticas submersas não conseguem ter luz do sol, e diminui a produção de oxigênio debaixo da água, que é importante para os peixes”, explicou a especialista.

A professora alerta que a proliferação ocorre devido à eutrofização da água, ou seja, o excesso de nutrientes, frequentemente causado pela presença de esgoto no local.

Questionada pela reportagem da TV TODODIA, a prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste mencionou o período sem chuvas para justificar o aumento das macrófitas no lago.

“A Secretaria de Meio Ambiente informa que essas algas são próprias de espaços como lagos, onde a água fica mais parada. Elas são formadas por conta de material orgânico que se acumula no fundo da lagoa. O aparecimento em maior quantidade se deve ao período sem chuvas, onde as algas precisam absorver mais oxigênio e o retira da água. O lago possui dois aeradores que funcionam para aumentar o oxigênio da água. A Secretaria monitora a situação e está programando para as próximas semanas a retirada delas, que ocorre manualmente”, informou a pasta, por meio de nota.

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