sexta-feira, 26 abril 2024

Promotor vai questionar remoção dos aguapés

O promotor de Justiça do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), Ivan Carneiro, pretende questionar a CPFL Renováveis sobre as possíveis consequências do deslocamento para o Rio Piracicaba dos aguapés que infestam a Represa Salto Grande, em Americana. A preocupação é que possa haver risco ambiental. Na próxima quarta-feira, o promotor participará de uma reunião entre a concessionária de energia, a Prefeitura de Americana e moradores da região para discutir as próximas ações.
Na última terça-feira, a prefeitura divulgou que a CPFL Renováveis iniciará a retirada das plantas, abrindo a comporta de superfície da represa. Entretanto, a empresa não detalhou para onde os aguapés irão com a abertura da comporta.
A medida é anunciada após a concessionária ser pressionada pelo Poder Público devido à interrupção do serviço de retirada dos aguapés. Desde janeiro a CPFL realiza um estudo técnico para identificar a forma mais eficiente de remover as plantas. Mas o estudo só deve ser concluído no final do ano.
Antes, a média mensal de plantas removidas era de 20 caminhões de 14 m³ cada, mas o crescimento das mesmas é maior que esse volume.
De acordo com o promotor Ivan Carneiro, o questionamento será feito de modo informal em um primeiro momento, devido à proximidade da reunião. Existe a preocupação de que o escoamento das plantas cause dano ambiental, já que os aguapés serão liberados através da comporta superficial e, por consequência, serão despejados diretamente no Rio Piracicaba.
“É uma questão que pretendo questionar. Até onde isso poderá gerar outros problemas ambientais? Pretendo me informar, questionar outros técnicos. É uma massa verde muito grande que vai ser deslocada rio abaixo e pode gerar consequências na qualidade da água e na vida aquática”, ponderou.
Carneiro pretende questionar também se essa massa de aguapés pode ultrapassar a extensão do Rio Piracicaba. “Se não se decompor, pode acabar chegando na represa de Barra Bonita. Não sei até onde podem ir”, disse o promotor ao TODODIA.
Questionada sobre como funcionará o uso da comporta e os impactos da medida, a CPFL Renováveis informou, via assessoria, que ainda estava “no aguardo dessas informações”. A reportagem voltou a pedir um posicionamento da empresa ontem, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também