sexta-feira, 26 julho 2024
FEBRE MACULOSA

PUC-Campinas estuda projeto em castrar capivaras

A decisão visa diminuir o nascimento de novos filhotes, porém o governo do estado precisa liberar
Por
Vitoria Silva
Foto: Micha / Shutterstock

Em Campinas, após quatro mortes serem confirmadas por febre maculosa, a Universidade PUC-Campinas que estuda fazer a castração em capivaras nos parques da cidade, começa a ser uma opção no combate à febre maculosa. A decisão procura diminuir o nascimento de novos filhotes, sendo assim, reduz a bactéria que contamina o carrapato-estrela.

O veterinário e professor da PUC, Paulo Anselmo alerta que acabar com as capivaras não é uma alternativa, pois pode ser prejudicial por desequilibrar o ecossistema.

Castração


A ligação entre a capivara, o carrapato e a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa, é um ciclo. Por exemplo, ao ser picada pelo carrapato que está contaminado, a capivara pega a doença e dá início a uma infecção.

A capivara não mostra os sintomas, porém já é o bastante para que seja picada por carrapatos que não estão contaminados, mas que contraem a bactéria e podem transferir para outros animais. “Elas até infectam o carrapato quando estão contaminadas, mas isso só acontece em 15 dias de toda a vida da capivara. Depois, elas ficam imunes e não transmitem mais”, explica Paulo Anselmo.

Sendo que, a capivara só faz parte disso uma vez, por esta razão que a castração pode ser uma opção. “Nós fizemos um estudo em um passado recente para vasectomizar as capivaras machos e fez as laqueaduras das fêmeas. Depois, voltamos a soltar os animais no parque para que defendessem o espaço e evitassem a chegada de novos animais. No ambiente você controla o nascimento. Eventualmente, se nasce algum filhote, você já pega, castra e solta novamente. Isso vai diminuindo”, esclarece o veterinário.

O veterinário conta que é normal as capivaras se deslocarem por outras regiões. Portanto, as capivaras de outras regiões poderiam aparecer nas áreas que as capivaras castradas estão e nessa situação teria que ter um monitoramento rigoroso para observar a chegada de novas capivaras. E ele defende que mesmo com a chegada desses animais não se compararia o nascimentos descontrolado desta espécie.

Fase de Estudos


O projeto ainda está em fase de estudos. O especialista, que trabalha na Secretaria Municipal de Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, informa que tem o desejo de implementá-los nos parques de Campinas, porém para que isso aconteça a Prefeitura de Campinas precisa autorizar. A solicitação para essa autorização é realizada pelo Governo Estadual. “No momento, estamos fazendo contagem em conjunto aos alunos da PUC sobre essa população dos parques de Campinas. Com base nisso, seguiremos num processo de solicitação de manejo de capivaras, que se faz com o Governo do Estado, para depois resultar no manejo de vasectomia e laqueadura dos animais”, ressalta.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também