sexta-feira, 1 agosto 2025
TARIFAÇO

Recuo de Trump evita impacto maior nas exportações e importações da região

Mudanças nas tarifas aliviam o setor, mas apreensão ainda persiste entre os comerciantes
Por
João Victor Viana

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou em relação ao tarifaço aplicado ao Brasil. O prazo para a aplicação das taxas, que seria nesta sexta-feira (1º), para o dia 6 de agosto e abriu quase 700 exceções na lista de produtos brasileiros que seriam taxados em 50%.

A medida representa um alívio parcial para o setor industrial brasileiro, especialmente para empresas da região. Segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), os principais produtos que as empresas associadas da Regional Campinas exportam para os Estados Unidos são combustíveis e óleos minerais, caldeiras, borrachas, máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

Produtos liberados

Entre esses produtos, apenas as caldeiras não foram incluídas nas exceções. Para os demais produtos, as empresas terão uma trégua e continuarão sendo taxadas em 10%, como ocorre desde abril.

Ao todo, a lista de exceções assinada por Trump soma 694 produtos. Petróleo, suco e polpa de laranja, minérios, celulose, fertilizantes, motores, peças, componentes e aeronaves civis estão entre os itens que ficaram de fora da sanção adicional de 40%. Mesmo com as exceções, produtos importantes, como o café e a carne bovina, seguirão com a nova taxação.

Valores

Na prática, o recuo do governo norte-americano reduz os danos previstos às exportações da região de Campinas. O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou que no acumulado de janeiro a junho deste ano, as exportações para os Estados Unidos foram de US$ 338,55 milhões, enquanto as importações nesse mesmo período foram de US$ 1,113 bilhão. Isso representa um déficit de US$ 775 milhões na balança comercial do Brasil, em relação aos Estados Unidos.

Donald Trump
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos | Foto: Isac Nóbrega/PR

Tensão entre empresários

Mesmo antes da mudança nas tarifas, a percepção entre os empresários já era de alerta. Em uma sondagem industrial conduzida pelo Ciesp, 67% das empresas associadas apontaram que o não cumprimento da meta fiscal provocaria aumento dos custos operacionais, juros mais altos, inflação e queda da competitividade. Outros 22% destacaram que haveria aumento da incerteza e da volatilidade, além de dificuldade para investimentos e acesso ao crédito. Para 11% das respondentes, a demanda interna deve diminuir, com queda na confiança de consumidores e empresas. Nenhuma das empresas indicou que não haverá impacto.

Em relação à expectativa para o cenário econômico brasileiro nos próximos seis meses, 83% das empresas responderam que a situação vai piorar. Outras 6% acreditam que tudo continuará como está, e 11% afirmaram não ter uma avaliação. Nenhuma indicou que o cenário tende a melhorar.

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