As cidades do DRS (Departamento Regional de Saúde) 7, de Campinas, devem regredir ainda essa semana para a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo até o momento. Pelo menos é o que apontam os índices de evolução da pandemia na região, que bateu ontem a marca de 78,3% de taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Em cenário de “quase colapso”, a cidade de Campinas já adotou a medida restritiva a partir de hoje (leia texto ao lado). E em Americana, dois hospitais estão com 100% dos leitos de UTI ocupados.
De acordo com os dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), desde a última sexta, quando a região regrediu da fase amarela para a laranja, o cenário só piorou, com elevação de cinco pontos percentuais na taxa de ocupação de UTI, saindo dos 73% para os 78% em menos de uma semana. A pior marca registrada na região durante a pandemia foi de 3 a 10 de julho de 2020, quando a ocupação de leitos de UTI ficou em 80%.
O índice atual de ocupação de UTI já se enquadra na fase vermelha e, ainda que os outros números que costumam ser levados em consideração estejam em nível laranja ou amarelo, a tendência é de adoção da fase vermelha, já que na última reclassificação, regiões como Ribeirão Preto, Marília e Barretos, que tinham situação semelhante à região de Campinas, foram colocadas na fase mais restritiva.
Na fase vermelha, não podem funcionar com atendimento presencial o comércio de rua, shoppings, bares, lanchonetes, restaurantes, salões de beleza, academias, escolas e faculdades. Podem abrir e receber clientes apenas os supermercados, farmácias, postos de combustíveis, considerados serviços essenciais.
Medidas mais duras por parte do governo do estado para conter o avanço da pandemia são esperadas pelos prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) hoje. Na segunda, o estado chegou a falar na possibilidade de instituir uma fase mais restritiva que a vermelha.
Ontem, o governador João Doria (PSDB) se reuniu virtualmente com prefeitos, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, Paulo Menezes, e o coordenador executivo do Comitê de Saúde, João Gabbardo (leia texto acima).
REGIÃO
As cidades do entorno de Americana apresentam situação ligeiramente melhor que Campinas, tanto que apenas uma – Hortolândia – adotou medidas próprias de restrição de circulação, já na última sexta, com uma espécie de “lockdown” a partir das 21h.
Americana, no entanto, tem 70% dos leitos de UTI ocupados, sendo que dois hospitais particulares – São Lucas e Unimed – estão com ocupação de 100%. No Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, a ocupação de leitos de UTI é 59% e, no São Francisco, a taxa é de 33%. Em Santa Bárbara d’Oeste, a ocupação de leitos do SUS é de 66%.