sexta-feira, 26 julho 2024

Região tem 79 desaparecidos em 2020

O registro de desaparecimentos de pessoas nas nove cidades da área de abrangência da Delegacia Seccional de Americana teve uma queda de 8,13% em 2020. Foram 79 casos registrados no ano passado, ante 86 em 2019.

Apesar da ligeira redução, a média anual de 80 casos tem se mantido estável, avalia o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, José Donizeti de Melo. É importante ressaltar que estes são os casos que as delegacias repassam à DIG, que é a única delegacia das nove cidades que investiga desaparecimentos.

São investigados os desaparecimentos em Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, Monte Mor, Cosmópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho.

Também houve redução de 24,67% do encontro de pessoas desaparecidas – de 77, em 2019, pra 58, em 2020. Ainda houve redução de 11,48% dos inquéritos policiais instaurados (de 87 para 77).

Os dados foram fornecidos ao TODODIA pela DIG. A partir do registro da ocorrência do desaparecimento, os investigadores efetuam pesquisas em todos os sistemas de informação da Polícia Civil, bem como nas fontes de informações abertas, como sites de buscas, redes sociais e outras.

O delegado titular da DIG informou que, dos 87 casos registrados em 2019, apenas três não foram esclarecidos. Em 2020, dos 79 casos registrados, 21 não foram esclarecidos.

“Esse número ainda vai ser bastante reduzido, pois devido à pandemia as pessoas que reaparecem ainda demoram a registrar a ocorrência do reaparecimento, restando à DIG sair em busca dessas informações”, disse o delegado.

Um apelo que o titular da DIG faz é para que as pessoas registrem o boletim de ocorrência de reaparecimento, para dar baixa no sistema.

Segundo o delegado, as principais causas dos desaparecimentos são uso de drogas e álcool e conflitos familiares (desemprego, não aceitação pela escolha de gênero, busca de maior liberdade, entre outros).

A faixa etária dos desaparecidos gira em torno de 16 a 30 anos. Na maioria dos desaparecimentos o retorno se dá em média em uma semana, disse o delegado.

LUTO DIÁRIO

Mas esse tempo médio não se aplica a todos os casos. Faz 11 meses, por exemplo, que o gesseiro e pintor Claudio Rogerio Sales de Oliveira, 43, procura pelo irmão desaparecido, o motoboy Jair Sales de Oliveira, 34.

Jair saiu de casa do bairro Mollon em uma moto Honda CG Titan 150 prata no dia 6 de fevereiro para trabalhar e nunca mais foi encontrado.

“Estamos sem pistas, sem notícias, sem qualquer informação”, diz Claudio. “O que eu estou fazendo é o que está ao meu alcance. Eu posto todos os dias nas redes sociais, nos grupos”, contou. E espalha panfletos para todos os cantos.

Depois de cinco meses do desaparecimento, guardas municipais do Canil localizaram a moto usada pelo motoboy no dia em que sumiu, perto da linha do trem, no cruzamento da rua Rio Claro com Campos do Jordão. Na ocasião, foram feitas buscas em matas com cães farejadores, mas foram infrutíferas.

“Estamos aí na luta procurando ele, sempre divulgando, mas a gente precisava de ajuda, porque não pode uma pessoa sumir desse jeito”, disse Claudio. “Estamos vivendo um luto diariamente”, desabafou. Jair é casado e tem três filhos.

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