
A região de cobertura da TVTODODIA registra até o momento cinco casos confirmados de chikungunya em 2025. Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Estado de São Paulo, atualizados até esta segunda-feira (14), Campinas lidera o número de casos, com dois confirmados, 134 prováveis e 132 ainda em investigação. Apesar do volume atual de notificações, o número de casos confirmados caiu 80% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 10 casos confirmados e 10 prováveis.
Outros municípios da região também apresentaram aumento nos casos. Em Hortolândia, os números subiram para duas confirmações, 10 casos prováveis e oito em investigação. Em 2024, o município registrava apenas um caso confirmado e um provável.
Sumaré contabiliza um caso confirmado, sete prováveis e seis em análise, repetindo o número de casos confirmados do ano anterior, mas com crescimento nos casos prováveis. Em Americana, a situação também mudou, a cidade que não registrava nenhum caso em 2024, este ano apresenta um caso confirmado, seis prováveis e cinco em análise.
Em Nova Odessa, os dados apontam dois casos prováveis e dois em investigação. Paulínia registra um caso provável e um em análise, enquanto Santa Bárbara d’Oeste apresenta três casos prováveis e três em investigação. Nenhuma dessas cidades havia registrado casos no mesmo período do ano passado.
O registro dos casos que ocorre em paralelo ao aumento expressivo dos casos de dengue, pode dificultar o diagnóstico e o tratamento adequado, já que ambas as doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, também responsável pela transmissão do Zika vírus.
A médica e infectologista Artemis Kilaris explica que a semelhança nos sintomas das duas doenças pode confundir o diagnóstico nos estágios iniciais. “Tanto para o paciente que está com dengue quanto com chikungunya, na primeira semana, nos primeiros dias de sintoma, como eu disse, os sintomas são muito parecidos. A gente só vai pensar em chikungunya se excluir o diagnóstico de dengue. Se os testes rápidos derem negativos para dengue, se eu fizer o teste no momento correto para investigar e o teste deu negativo, eu já tenho que abrir o leque e pensar em chikungunya. A partir daí, a partir da segunda semana de sintomas, o que a gente tem visto é que a chikungunya, ela causa muita dor nas articulações”, enfatiza.
Apesar de os casos confirmados ainda estarem em menor escala em comparação a outras arboviroses, o pós-infecção da chikungunya costuma ser mais exigente. Os sintomas podem se tornar crônicos e durar meses, o que impacta diretamente na qualidade de vida dos pacientes.
“A chikungunya, ela tem uma evolução mais crônica. Então, o paciente, ele pode ficar meses sentindo essas dores articulares, essas dores musculares, que são dores muito fortes. Então, isso pode durar meses. Às vezes, até por seis meses, o paciente fica sentindo esse quadro de dor, principalmente nas articulações. E aí ele vai precisar de um tratamento, que basicamente é feito com analgésicos, para tentar minimizar essas dores que o paciente sente.”, afirma a infectologista.

ESTADO DE SÃO PAULO APROVA VACINA CONTRA A CHIKUNGUNYA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (14) o registro definitivo da vacina contra a chikungunya no Brasil. O imunizante foi desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva.
A vacina foi autorizada para pessoas com mais de 18 anos e apresentou alta eficácia e segurança em testes realizados com 4 mil voluntários nos Estados Unidos, com idades entre 18 e 65 anos. De acordo com a publicação na revista científica The Lancet, 98,9% dos participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes, com proteção sustentada por pelo menos seis meses.