quinta-feira, 2 maio 2024

Resultado de investigação sobre padre vai ao Vaticano em abril

A Diocese de Limeira informou ontem que envia ao Vaticano na primeira semana de abril o resultado da investigação interna aberta na Igreja Católica para apurar denúncias contra o padre Pedro Leandro Ricardo.

O religioso é acusado de crimes de abuso sexual de menores e apropriação indébita de recursos da Basílica de Americana – de onde foi afastado em janeiro, na esteira do escândalo em que foi envolvido.

A Diocese confirmou que deve receber o relatório final do processo e enviar o caso à sede da Igreja, em Roma (Itália). No entanto, o resultado das investigações não é público porque o caso é conduzido de forma sigilosa por dois padres canonistas.

Os “investigadores” designados dentro da Igreja ouviram depoimentos de supostas vítimas de abuso sexual que teriam sido cometidos pelo religioso ao longo dos últimos anos.

O padre Leandro também depôs, na última sexta-feira, encerrando as oitivas. Publicamente, ele nega os crimes, se diz perseguido, mas não fala com a Imprensa.

O bispo da Diocese de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira, também é investigado em um outro processo canônico, conduzido pelo bispo de Lorena, Dom João Inácio Müller, a pedido da Nunciatura Apostólica no Brasil – que representa o Vaticano no País.

Contra Dom Vilson pesam as acusações de desviar dinheiro da igreja e de acobertar os supostos abusos do sacerdote.

AFASTADO
O padre americanense foi afastado de sua função de Reitor da Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana, em janeiro, após o início das investigações, que são conduzidas também em inquéritos da Polícia, correndo em segredo de Justiça, em Americana, Araras e Limeira.

Já Dom Vilson continua trabalhando normalmente como bispo diocesano de Limeira. Ambos negam envolvimento em qualquer crime.

Sete menores, com idades entre 11 e 17 anos, teriam sido identificados como supostas vítimas de crimes sexuais do padre Leandro em Araras e Americana, entre 2008 e 2015, segundo denúncia da advogada Talitha Camargo da Fonseca, que representa 15 supostas vítimas.

Todos os menores apontados pela advogada – cujas identidades são mantidas em sigilo – teriam sido submetidos a contato físico com o sacerdote.

Nem todas as pessoas que se dizem vítimas foram chamadas a depor pela Polícia, segundo a advogada. “Por onde ele passou, tem vítima e é isso que a gente vai tentar provar, tanto na Justiça canônica quanto na Justiça comum”.

 

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