Levantamento feito pelo Observatório da PUC-Campinas apontou que a RMC (Região Metropolitana de Campinas) perdeu 19.089 postos de trabalho até abril deste ano. Isso se deveu às medidas de isolamento social adotadas a partir de março para conter a disseminação do novo coronavírus.
No primeiro mês da quarentena, em março, havia ocorrido uma queda de 8.150 postos de trabalho, seguida por uma perda de 20.565 postos em abril. O saldo positivo de 9.626 postos em janeiro e fevereiro reduziu o impacto negativo de 28.715 postos em março e abril.
Em termos absolutos, a maior queda de emprego ocorreu em Campinas, com menos 10.393 postos. Em Americana, foram destruídos 1.595 postos e em Sumaré, 1.083. Em Indaiatuba, foram eliminados 1.158 postos e em Valinhos. 1.146.
Segundo o estudo feito pela economista Eliane Rosandiski, a perda de postos de trabalho ocorrida em março e abril equivale a 70% do emprego perdido no ano de 2015, que foi o pior resultado do saldo na série histórica da evolução do emprego na RMC desde 2010.
“Em condições normais, não há como fazer uma relação direta dos desligamentos com desemprego, visto que muitos trabalhadores saem de um emprego e conseguem ser recontratados em outras atividades. No entanto, dada a magnitude da crise, pode-se fazer uma estimativa que boa parte desse grupo de trabalhadores pode, de fato, estar em busca de trabalho nesse momento”, considerou a economista.
Segundo Eliane, os setores mais impactados foram o comércio, com perda de mais de 4,9 mil postos, seguido por serviços técnicos e serviços de alimentação, com a perda de 3,9 mil e 2,9 mil postos, respectivamente. Ao menos 4,1 mil postos de trabalho foram eliminados na indústria de transformação.
O estudo feito com base nos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia mostrou que em abril o volume de postos eliminados foi 2,5 vezes maior do que o de março, revelando a intensidade das medidas no nível de emprego.
BRASIL
No Brasil, o Novo Caged aponta para uma destruição de 1,1 milhão de postos de trabalho formais nos meses de março e abril. O índice de participação de pessoas no mercado de trabalho caiu de 61,7% para 59,0%.