sexta-feira, 22 novembro 2024

Saída de cubanos já afeta sistema de saúde na RMC

A saída de profissionais cubanos do Programa Mais Médicos já causa transtornos em algumas cidades da região, como Hortolândia e Campinas, onde unidades de atendimento tiveram sua rotina afetada e usuários ficaram sem atendimento.

A saída dos médicos já deixou quatro UBSs (Unidades Básicas de Saúde) sem profissionais em Hortolândia ontem.

As unidades afetadas são as do Jardim São Sebastião, Parque Orestes Ôngaro, Jardim Adelaide e Jardim Nova Europa. As demais 13 unidades de saúde estão com sua capacidade de atendimento significativamente reduzida, já que também perderam médicos.

O município contava com 26 profissionais do Programa Mais Médicos, sendo que 18 são cubanos, que encerram o contrato de trabalho nesta semana, segundo a prefeitura.

De acordo com a secretária de Saúde, Odete Carmem Gialdi, a prefeitura estuda medidas para garantir o atendimento, priorizando os casos mais graves. “Estamos tomando as medidas possíveis para reduzir o impacto da saída destes médicos. Foi uma decisão repentina e trabalhamos para uma solução rápida. Contudo, também precisamos de um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a reposição destes profissionais”, destaca a secretária de Saúde, Odete Carmem Gialdi.

Em Campinas, de acordo com o Conselho de Saúde, os profissionais caribenhos reduziram os trabalhos, fazendo com que muitos pacientes não pudessem fazer agendamentos ontem. Algumas unidades da cidade atendem apenas com médicos cubanos.

A Secretaria de Saúde de Campinas afirmou que está acompanhando todo o processo de desligamento dos médicos cubanos, com planejamento de como será a reposição dos 46 profissionais que atuam nas Equipes de Saúde da Família (ESF) em 36 Centros de Saúde de Campinas.

Conforme o TODODIA informou ontem, o Governo Federal lançou edital para a contratar médicos em substituição aos cubanos. O edital prevê 119 profissionais na RMC.

MÉDICOS SAINDO
Em Nova Odessa, oito médicas cubanas atendiam a população, mas ontem todas já tinham deixado o programa.

Na semana passada, quando a medida foi anunciada pelo governo de Cuba, o secretário de Saúde de Nova Odessa, Vanderlei Cocato, lamentou o fato, mas afirmou que a pasta já estava se programando para evitar que a população sofresse qualquer prejuízo e não descartava a contratação de médicos pelo regime RPA (Recibo de Pagamento Autônomo).

Agora, diante da notícia de que os médicos devem iniciar as atividades nos municípios a partir de 3 de dezembro (a data-limite é 7 de dezembro), Cocato disse que será possível aguardar a vinda destes profissionais apenas com remanejamento na rede.

“Num primeiro momento, ficamos bastante preocupados, pois haveria um prejuízo grande para Nova Odessa com a saída das oito médicas cubanas que atendiam na cidade. Agora, porém, veio o rápido lançamento do edital por parte do Governo Federal, o que nos deixa bem mais aliviados, inclusive, com uma vaga a mais”, comentou o secretário de Saúde.

Em Santa Bárbara d’Oeste, seis médicos atuavam pelo programa. Três já se desligaram e os demais devem sair até amanhã, segundo a prefeitura.

Já os sete que atuam em Jaguariúna continuam trabalhando normalmente até amanhã, quando se desligam. Desde o início do Programa mais Médicos, Jaguariúna contava com 14 médicos cubanos, sendo que metade se desligou ao longo de 2016 e não houve reposição por parte do Governo Federal. “Portanto, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda que sejam repostas as 14 vagas que existiam no início do Programa Mais Médicos”, informou.

Cosmópolis conta com oito médicos cubanos e a Secretaria de Saúde “ainda aguarda informações do Ministério da Saúde sobre o desligamento e a reposição deles”.

 
 

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