Levantamento mostra que, pelo segundo ano consecutivo, o Estado de São Paulo pagará os menores salários do país para delegados
Levantamento do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) divulgado no último dia 20 mostra que, pelo segundo ano consecutivo, o estado de São Paulo pagará os menores salários do país para delegados. A remuneração de escrivães e investigadores está entre as três menores, à frente apenas de Pernambuco e Ceará.
Enquanto o valor pago a um delegado paulista é de R$ 10.382,48 mensais, o policial com o mesmo cargo no Mato Grosso recebe R$ 24.940,13. Em Sergipe, R$ 11 mil.
Já escrivães e investigadores de São Paulo recebem R$ 3.931,18, enquanto no Amazonas o valor chega a R$ 12.948,78. Ceará e Pernambuco pagam pelas funções R$ 3,9 mil e 3,8 mil, respectivamente.
Aparecido Carvalho, presidente do Sindpol (Sindicato dos Policiais Civis) de Campinas, comenta que, por conta da baixa remuneração, parte dos policiais preferem ir para outros estados do que continuar a atuar em São Paulo
“O salário é baixo. Qualquer concurso que surgir em outro estado ou órgão ele vai para outro lugar. Em 2017 tivemos 7% de reposição salarial, enquanto que em 2014 foi 6%, quando não cobriu nem a inflação. Depois fomos ter reposição só em 2018, com 4%. Enquanto isso temos 16% de recolhimento previdenciário”, completa Carvalho.
Sobre a defasagem salarial, a SSP diz que o governo de São Paulo finaliza estudos técnicos e financeiros para definir o percentual de aumento salarial para as forças de segurança. “Em breve, o Projeto de Lei Complementar com essa finalidade será encaminhado à Assembleia Legislativa (Alesp). Até o último dia 31 de dezembro, por força da LC 173/2020, sancionada pelo Presidente da República, os aumentos aos servidores públicos estavam proibidos. Apesar disso, São Paulo pagou às forças de segurança mais de R$ 1 bilhão em bônus por resultados desde 2019”, diz a pasta.