Neste mês comemora-se o “Agosto Lilás”, período de conscientização e combate à violência contra a mulher. E, para lembrar a data, o SSPCIC (Serviço Social em Promoção da Cidadania Imaculada Conceição) e o Conselho de Proteção e Defesa dos Direitos da Mulher de Santa Bárbara d´Oeste vão promover atividades para marcar a data, tais como palestras, rodas de conversa e caminhada.
Neste ano, também são comemorados os 18 anos da Lei Maria da Penha, que tipificou os crimes praticados contra as mulheres.
O início das atividades será no dia 18 de agosto, com a Caminhada Agosto Lilás, em comemoração aos 18 anos da Lei Maria da Penha. A concentração deve ocorrer às 8h, no Centro Social Urbano, com caminhada, em seguida, até o Parque Araçariguama.
No encerramento da Caminhada Agosto Lilás, o grupo de dança Amigos do Flash Back vai fazer um aulão de dança. Em seguida será servido um café comunitário.
As demais atividades previstas para a data são Roda de Conversa na UBS Planalto do Sol, no dia 20 de agosto, às 9h; início das atividades das técnicas do projeto Tempo de Superação (Grupo Reflexivo com Homens Agressores), do SSPCIC, no Centro de Referência da Mulher; roda de conversa sobre violência doméstica na Faculdade Anhanguera, no dia 22 de agosto, às 19h30; reencontro “Mulheres de Atitude” na Casa Social do SSPCIC (Rua Cuiabá, 628, no Bairro Cidade Nova); e atividade no Centro de Referência da Mulher, com técnicas da Casa Abrigo e da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e integrantes do Anjo da Guarda, no dia 27 de agosto, às 9h e 13h.
O ‘Agosto Lilás’ é uma campanha estabelecida pelo governo federal, transformando o mês de agosto em um período dedicado à conscientização e combate à violência contra a mulher. A escolha deste mês se deu pela promulgação da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/ 2006), assinada no dia 7 de agosto, uma referência fundamental no enfrentamento da violência doméstica no Brasil.
A campanha visa sensibilizar e informar a população sobre a identificação de situações de violência e os canais disponíveis para denúncias, promovendo uma rede de apoio e proteção para as vítimas. São promovidas ações como rodas de conversa, palestras, caminhada, cursos para fomentar o debate e a reflexão na sociedade”, disse a presidente do Conselho da Mulher, Juliana Rodrigues, que é sub-comandante da Guarda Civil Municipal.
Dados estatísticos
Santa Bárbara d´Oeste é uma das poucas cidades da Região Metropolitana de Campinas que dispõe de uma rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. Um desses pilares é o Anjo da Guarda, uma patrulha especial da Guarda Civil que garante o cumprimento das medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência.
Juliana informou que de janeiro a julho deste ano foram cumpridas 192 medidas protetivas, 28% a mais do que as 164 concedidas pela Justiça em 2023. E ela explicou as causas desse aumento das medidas, que impedem a aproximação do agressor da vítima.
“No meu ponto de vista, a visibilidade dos casos, o acesso a informações e o direcionamento de onde buscar os direitos fortaleceram essas mulheres em estado de vulnerabilidade a romper o ciclo da violência e saírem desses relacionamentos abusivos”, disse Juliana.
Santa Bárbara é um dos três municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) que conta com uma Casa Abrigo, que acolhe as mulheres vítimas de violência que correm risco de vida. De janeiro a julho, o espaço, vinculado ao SSPCIC, atendeu 21 mulheres e 24 crianças.
“O abrigo para mulheres que sofrem violência doméstica desempenha um papel crucial na proteção e na recuperação dessas vítimas, oferecendo um refúgio seguro, suporte emocional e encaminhamentos necessários (atendimento médico, jurídico, entre outros), permitindo que as mulheres reconstruam suas vidas longe do ciclo da violência e encontrem um caminho para a autonomia e o bem-estar”, disse a psicóloga do Abrigo, Jaqueline Marques.
O SSPCIC também conta com atendimento de psicóloga e assistente social na Delegacia de Defesa da Mulher, para fazer os encaminhamentos à rede. Segundo os dados mais recentes, de janeiro a julho deste ano, as profissionais atenderam 63 mulheres e 28 crianças e adolescentes.
As profissionais que atuam na DDM informaram que o atendimento Psicossocial na delegacia estabelece um atendimento humanizado às mulheres que buscam a delegacia. Informaram que as técnicas realizam o atendimento com olhar multidisciplinar que excede a situação da violência, com objetivo de acolher, orientar e informar seus direitos, enquanto vítima de violência doméstica.