sábado, 27 julho 2024
SURTO NA VIZINHANÇA

Vizinha agride a pauladas e ofende moradores do bairro Cidade Nova

Moradores do bairro reclamam da falta de soluções com as ameaças diárias da mulher
Por
Isabela Braz
Foto: Arquivo Pessoal

Moradores do bairro Cidade Nova, em Santa Bárbara d’Oeste, vêm sofrendo uma baita dor de cabeça nos últimos cinco anos. Uma vizinha vem agredindo, xingando e cometendo uma série de violações contra seus vizinhos.

Em diversos registros é possível identificar a senhora, que possuí problemas psiquiátricos e mora sozinha, agredindo verbalmente e fisicamente moradores da região. Em uma das fotos, um homem é visto todo ensanguentado após levar de surpresa uma “paulada” na cabeça. A mulher também chegou a agredir um adolescente de 17 anos.

O TODODIA foi até o endereço ouvir as histórias desses moradores e identificou uma série de casos, que aparecem cada vez em mais quantidades nas memórias dos moradores, alguns deles envolvendo:

• Dano material, com tentativas de atingir automóveis e lares dos vizinhos;
• Lesão corporal;
• Injúrias – inclusive injúria racial, identificado como crime de racismo

O casal Sandra Godoi e Tiago Macario da Silva fazem parte de uma das vítimas da senhora – identificada nessa reportagem pelas iniciais S. A. O casal sofre diariamente com uma série de xingamentos por parte da vizinha, passando inclusive por uma situação onde o filho do casal, de 17 anos, que foi golpeado com uma faca pela barriga. Segundo o casal, vários boletins foram registrados, mas com nada sendo feito, há um grande esgotamento.

“A gente foi relevando, mas agora a situação piorou, de uns tempos para cá ela começou a vir para cima dos meus filhos menores. A gente chama os policias, eles aconselham, mas não sai disso. A gente não aguenta mais, a gente só quer uma procedência”, disse Sandra, clamando por uma ajuda para que consigam viver com mais paz e qualidade de vida.

Tiago reforçou que já cansou de chamar as viaturas e que não aceita mudar de casa para poder ter paz. “Ela tá agredindo a gente, chamando a gente de vagabundos, jogando coisas dentro de casa e ninguém faz nada”, diz revoltado, “por que pra ela não tem nenhuma lei?”.

Outra vítima entre os vizinhos é Marcos Aparecido. Marcos relata que um dos casos mais graves com ele aconteceu há cerca de 15 dias, quando em um momento de descanso em frente de casa, foi pego desprevenido com golpes da vizinha com um pedaço de madeira. O homem chegou a desmaiar e ficou completamente ensanguentado.

“Hora que eu virei eu só senti a pancada, cai desmaiado e ela deu mais outra. Os vizinhos viram do jeito que eu estava, estava lavado de sangue. E ela toda hora está saindo aqui pra fora com um pedaço de cabo na mão”, reclama Marcos. “Eu não tenho liberdade na minha casa, sair para fora, sentar num banco e conversar com os amigos”, complementa, já cansado da situação.

Marcos ainda relata que sofreu racismo da mulher, tendo sido chamado de “macaco” e “cobra preta”, além de demais ofensas. Os vizinhos relatam que não entendem de onde vem a raiva para que coisas do tipo acontecem.

NESTA SEMANA

Enquanto o TODODIA manteve contato com os vizinhos na manhã desta terça-feira (13), só nesta semana, segundo os moradores, S.A:

• Jogou lixo e pedaços de madeira na casa de Sandra e Tiago;
• Teria despejado veneno no quintal de Marcos, que conseguiu limpar a tempo antes de contaminar algum animal da casa;
• Atingiu uma pizzaria da vizinhança, rasgando banners e jogando terra;
• Jogou garrafas de vidro na casa de uma outra vizinha;
• Passou a madrugada batendo nos portões, xingando a vizinhança.

Além de tentar resolver por meio de autoridades policiais, os moradores tentam resolver com os filhos de S.A – que não moram com ela –, mas nada também parece ter uma solução.

No momento em que o TODODIA esteve presente no bairro, S.A estava dormindo. Pouco tempo depois da reportagem ter ido embora, a mulher voltou a perturbar a paz dos vizinhos, batendo em portões e proferindo mais xingamentos.

VISÃO JURÍDICA

O advogado especialista em direito criminal e apresentador do TODODIA, Renan Farah, explicou um pouco se cabe ou não prisão em casos como o dessa senhora. Segundo ele, pela lei brasileira, cabe prisão em duas circunstâncias: flagrante delito ou por uma sentença penal transitada em julgado – o que não é apresentado em nenhuma das situações apresentadas, pois gravações de vídeo não traz um flagrante.

“Flagrante delito tem que ser apurado ali pelas autoridades ou por qualquer um do povo, mas tem que ser preso logo após ou na eminência de acontecer. Então, não é uma hipótese de flagrante o vídeo gravado. Também não é uma sentença penal transitada em julgado, então ela ainda vai passar por um processo criminal. Dá a entender pela forma que ela age que talvez tenha uma questão mental, uma questão de inimputabilidade por não ter consciência daquilo que faz, mas isso é matéria de mérito que ela vai ter que se defender depois”, disse o advogado.

Segundo Renan, o crime com maior dificuldade para que S.A se desvencilhe é o crime de injuria racial, que em 2023, passou a ser considerado como crime de racismo, sendo inafiançável e imprescritível, ou seja, se ela for presa, ela não consegue pagar fiança para sair, e não importa quanto tempo passar, ela sempre poderá responder por esse crime.

“Se o Ministério Público entender que ela solta, vai continuar delinquindo, ele pode pedir a prisão preventiva dessa mulher, embora não tenha ainda uma sentença penal transitada em julgado. Então, cabe prisão? Cabe. Cabe cobrar aí as autoridades, dizer que ela não para, que ela continua cometendo esses delitos e que somente uma prisão vai trazer aí a segurança para a sociedade e a segurança pública, para todos que cercam esse local onde ela mora”, finaliza a explicação.

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