Pelo menos três dos 20 municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) já registram seis vítimas de sarampo – doença altamente contagiosa, cujo vírus não circulava no País desde 2016.
Um surto da doença em uma creche foi confirmado ontem pela Secretaria de Saúde de Campinas. Quatro crianças entre 7 meses e 1 ano e 5 meses foram diagnosticadas com sarampo e uma bebê de 9 meses está internada.
Campinas tem ainda outro caso suspeito da doença na mesma creche, o Centro Municipal de Educação Infantil Ministro Gustavo Capanema, no DIC VI.
Os outros dois casos confirmados da doença na RMC foram notificados, segundo a Secretaria de Saúde do Estado, em Paulínia e Indaiatuba.
Em Hortolândia também há uma suspeita ainda não confirmada.
Em todo o Estado de São Paulo, em 2019, já foram confirmados 484 casos de sarampo. Desse total, 75% se concentram na Capital.
Na cidade de São Paulo, uma campanha de vacinação foi deflagrada desde 10 de junho, com a meta de vacinar 2,9 milhões de pessoas sob recomendação. Já são 16 cidades em campanha no Estado.
O sarampo estava eliminado no País há três anos. Tanto que, em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus, concedido pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).
VACINA
Altamente transmissível, o sarampo pode ser contraído por pessoas de qualquer idade. O contágio acontece por meio de secreções respiratórias. Quem é exposto pode adquirir as infecções por gotículas emitidas por tosse ou espirro.
A vacina tríplice viral é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra o sarampo, segundo especialistas, além de proteger também contra a rubéola e a caxumba.
Porém, não é recomendada para crianças menores de 6 meses, gestantes e pessoas com contraindicações médicas.
A vacina tríplice viral está disponível em todas as unidades de Saúde de Campinas e de Americana, segundo as secretarias municipais.
“A vacinação é a forma mais eficaz para a prevenção contra o sarampo. Por isso, é importante que pais e responsáveis levem as crianças em uma unidade básica de saúde mais próxima de sua residência”, afirmou Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde. “(A vacinação) É feita a partir dos 12 meses de idade. Até 29 anos são duas doses. De 29 a 59 anos é uma única dose. A vacina é contraindicada para gestante e pessoa com doença imunodepressora porque é uma vacina de vírus vivo”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Americana, Simone Maciel.
HORTOLÂNDIA
Em Hortolândia, onde há uma suspeita, a prefeitura realizou, no último sábado, um bloqueio vacinal na rua João Venerando, no Jardim Novo Ângulo.
Na ação, foram visitadas 22 casas e, em 14 delas, os agentes da Secretaria de Saúde foram recebidos e aplicaram a vacina em 30 pessoas.