domingo, 13 julho 2025

Secretários de Educação preveem problemas para volta às aulas em setembro na RMC

Secretários de Educação de municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) preveem uma série de fragilidades nas redes municipais, caso as aulas presenciais sejam retomadas no dia 8 de setembro, conforme foi projetado pelo governo do Estado, com uma série de medidas restritivas. 

A principal delas é a dificuldade para criar ambientes seguros nas escolas em meio à queda na arrecadação que atinge as prefeituras em decorrência da pandemia de Covid-19. 

O assunto foi discutido na manhã desta terça-feira (28), durante reunião virtual da Câmara Temática de Educação do Conselho de Desenvolvimento da RMC, convocada pela coordenadora do colegiado e secretária de Educação de Nova Odessa, Claudicir Brazilino Picolo. 

No encontro online, que teve caráter extraordinário e contou com a participação de 16 dos 20 municípios do grupo metropolitano, os gestores avaliaram os protocolos necessários e dificuldades para implantação para uma eventual retomada. 

“Um dos pontos que discutimos foi a preparação das escolas para garantir a oferta de ambientes seguros aos alunos, sem risco de contágio. Para isso, é necessário adquirir equipamentos com pouca disponibilidade no mercado, portanto com preços altos, e os municípios estão com as arrecadações comprometidas”, afirmou a coordenadora da Câmara Temática de Educação. 

Outra preocupação compartilhada pelos representantes é a dificuldade de adaptação dos alunos a uma nova realidade, cheia de restrições. 

“Os secretários apontaram a dificuldade de atendimento de protocolos de higiene com crianças da educação infantil, principalmente da creche e pré-escola, que encontram dificuldade para desenvolver hábitos de prevenção à Covid-19, como distanciamento e lavagem frequente das mãos”, disse Claudicir. 

Os gestores também manifestaram preocupação com professores e demais servidores da educação que, numa eventual retomada em setembro, precisam estar protegidos. 

“Docentes e membros de equipes de apoio estarão em contato com crianças de todas as regiões de suas respectivas cidades o tempo todo e precisarão usar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Essa despesa precisa entrar no planejamento das prefeituras, pois essa proteção é fundamental para ambas as partes”, argumentou a coordenadora. 

A situação dos quadros de funcionários das redes municipais também é motivo de preocupação. “Muitos municípios apontam que aproximadamente 30% do total de servidores da educação não retornariam ao trabalho por fazerem parte de grupos de risco. Diante disso, seriam necessárias eventuais substituições para que as crianças tenham o cuidado exigido nesse momento de pandemia”, explicou a coordenadora. 

Além da avaliação de uma possível retomada, os secretários compartilharam dificuldades e experiências bem-sucedidas de ensino remoto, medida adotada pelos municípios para minimizar os prejuízos de aprendizagem. 

Em Nova Odessa, por exemplo, o “Aprendem em Casa” atende cerca de cinco mil alunos da creche ao 5º ano da rede municipal, com aulas virtuais, distribuição de material impresso com acompanhamento e correção de professores e uma plataforma digital com conteúdos complementares. O programa municipal é elogiado pelos pais e tem adesão de 98% das crianças matriculadas na rede. 

Segundo a coordenadora da câmara temática, os apontamentos feitos pelos secretários serão reunidos em um relatório que será apresentado aos membros do Conselho de Desenvolvimento da RMC. 

“A ideia é dar subsídios para que os prefeitos possam, junto com os secretários e com base nos protocolos e orientações da Secretaria Estadual de Educação, tomar decisões mais seguras e favoráveis às crianças”, explicou Claudicir. 

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