O Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed) reclama de mais um dia de escala médica vazia no Pronto Socorro do Hospital Ouro Verde, em Campinas. Na noite de domingo, segundo a entidade, apenas um médico pediatra esteve escalado para o atendimento às crianças, onde deveria haver três profissionais para cobrir o plantão noturno.
Há meses que um único pediatra fica responsável por atender a sala de emergência, a enfermaria de retaguarda e observação (com 6 leitos) e consultas que chegam durante o período, diz o sindicato.
Ontem pela manhã, a escala estava com dois pediatras trabalhando, onde deveria haver quatro. “Além da equipe médica, a equipe de enfermagem também está desfalcada. Vários enfermeiros e técnicos pediram demissão desde que começou a gestão da Rede Mário Gatti, e até agora não foram repostos. Na noite de ontem, apenas um técnico de enfermagem cobria toda a pediatria”, disse ao sindicato um dos médicos pediatras.
Nessa situação de falta de médicos no Pronto-Socorro do Hospital Ouro Verde, e que há quase um mês vem sendo denunciada pelo Sindimed, seria crucial que houvesse uma triagem bem-feita dos casos de urgência e emergência. Mas, diz o sindicato, os técnicos de enfermagem nem sempre recebem o treinamento necessário, e a triagem, em alguns momentos, não acontece ou falha em reconhecer a gravidade dos casos.
Quando questionados pelos médicos, a diretoria da Rede Mário Gatti diz ser por falta de profissionais qualificados no mercado; mas os próprios pediatras dizem que muitos colegas poderiam trabalhar no hospital, mas, ao que tudo indica os problemas são de outra ordem: atraso nos pagamentos, dificuldades na contratação e falta de perspectivas.
Ninguém da Secretaria de Saúde foi localizado ontem para comentar o caso.