A aquisição da São Lucas Saúde, de Americana, pelo grupo Notre Dame Intermédica – anunciada oficialmente na última terça-feira (1) – deve levar pelo menos três meses para ser concretizada. Esse tem sido o prazo médico para a avaliação de operações desse tipo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão federal responsável pela livre concorrência no País.
Chamado de “ato de concentração”, o processo no Cade tem fases obrigatórias, como a publicação de um edital para que concorrentes da empresa adquirente se manifestem sobre a operação.
Depois disso, a assessoria técnica do Cade faz um levantamento na região de influência do grupo que deve ser comprado e aponta possíveis riscos para consumidores e fornecedores. O órgão pode determinar, se for o caso, medidas como a venda de ativos ou o estabelecimento de novos produtos.
A penúltima compra anunciada pela Intermédica – da empresa de diagnósticos Ghelfond por R$ 240 milhões – se tornou pública em julho e chegou ao conselho no mês seguinte e ainda não teve a análise concorrencial encerrada. A venda do plano de saúde americanense foi fechada por R$ 312 milhões.
Em Americana, cidade-sede do São Lucas, o mercado de saúde privada conta hoje com a Unimed e o PHS Samaritano como principais operadoras a concorrer com a Notre Dame, se a aquisição for aprovada.
A reportagem TODODIA solicitou ontem uma entrevista com um diretor da empresa, para tratar sobre a transição, mas foi informada de que não havia um porta-voz disponível para falar sobre o assunto. Em nota, o grupo afirmou que, se aprovada, a aquisição “reforçará o comprometimento do GNDI em fortalecer sua presença no interior de São Paulo”.
COMUNICADO
Em comunicado oficial divulgado em seu site, a atual diretoria do São Lucas disse que a venda vai manter a qualidade no atendimento aos cerca de 90 mil beneficiários do plano. “Ficamos com o imenso sentimento de missão cumprida e garantimos a continuidade da excelência dos serviços prestados”, diz o texto.
Por Walter Duarte
