As eleições municipais em Americana foram marcadas por um fato histórico: seis vereadores em exercício “apostaram” seus mandatos para concorrer ao Executivo, seja como prefeito ou vice-prefeito, ao invés de buscar a reeleição na Câmara – movimento até natural na política. Somente um deles teve êxito: Odir Demarchi (PL), vice do prefeito eleito Chico Sardelli (PV), enquanto os outros cinco, a partir de 1º de janeiro não terão mais mandatos.
Apesar de estarem na mesma situação, os cinco vereadores nessa situação têm históricos diferentes e, sobretudo, devem traçar caminhos diferentes. Alguns mais próximos da política, outros mais afastados e outros ainda indecisos. O TODODIA ouviu Maria Giovana (PDT), Alfredo Ondas (MDB), Kim (Solidariedade) e Welington Rezende (Patriota). Rafael Macris (PSDB), terceiro colocado na disputa pela prefeitura, foi procurado ao longo da semana, mas não deu entrevista.
MARIA GIOVANA
Segunda colocada na disputa, Maria Giovana (PDT) disse ao TODODIA que, mesmo que não fosse candidata a prefeita ou vice, não tentaria a reeleição para vereadora. “Sempre me manifestei contrária à reeleição no Legislativo”, disse.
Sem mandato, diz que deve assumir a presidência do PDT local no próximo ano e possivelmente um papel estadual dentro do partido, e não negou a possibilidade de voltar a ser candidata a deputada em 2022. “A gente deve conversar a respeito de 22, pra mim é tranquilo fazer parte desse projeto partidário”, afirmou.
Por enquanto, porém, a futura ex-vereadora deve focar energias na política local e acompanhar o novo governo. “Vamos tomar uma posição em relação ao novo governo, para manter vivo esse projeto. Temos dois vereadores eleitos, é um projeto de partido. Vamos acompanhar a Administração de perto, para dar seguimento a tudo que a gente já colocou de projeto. A gente nem tem o direito de permanecer fora do processo político tendo recebido 30 mil votos”, disse.
ALFREDO ONDAS
Suplente no mandato passado e eleito vereador no atual, o vereador Alfredo Ondas (MDB) recebeu quase 4 mil votos para prefeito. Após uma intervenção do MDB estadual, o então candidato teve dificuldades para iniciar e fazer campanha.
“Estou avaliando tudo que aconteceu. Entrei para a política com objetivo único de tentar usar minha experiência profissional como delegado para contribuir com a cidade. Estou pensando no que fazer daqui pra frente. Não sei se estaremos ativos na política ainda”, afirmou.
O delegado aposentado disse que viu muitas promessas impossíveis na campanha, sobretudo diante do cenário pós- -pandemia do ano que vem, mas acredita que o vencedor, Chico Sardelli (PV), fará um bom trabalho.
“Tenho certeza que todos que apresentaram projetos iam ver que não é fácil realizar tudo. Mas Americana está em boas mãos, torço muito para que ele faça uma boa gestão. É experiente, é difícil pegar o Chico no contrapé”, afirmou o presidente da Câmara no primeiro biênio desta legislatura.
KIM
Prestes a encerrar seu quinto mandato consecutivo na Câmara de Americana – ou seja, 20 anos – o vereador Kim (Solidariedade) disse que deve retornar ao seu trabalho como arquiteto concursado na Prefeitura de Americana e que não pensa, por enquanto, em voltar a ser vereador.
“Foi muito bom esse período, aprendi muito, me dediquei ao máximo e farei isso até 31 de dezembro. Agora, pretendo contribuir no trabalho no Executivo mesmo, que sempre gostei de fazer. Vou estar lá como servidor”, disse. Ele também deve dar mais atenção a empreendimentos próprios e da família.
Kim destacou que os nove candidatos tiveram uma oportunidade importante de apresentar suas propostas e que tem certeza que Chico Sardelli (PV) saberá levar para seu governo as melhores sugestões. “Fiquei feliz em poder dizer o que eu penso. Imagino que o Chico vai ter a sabedoria de ver quais ideias são viáveis e colocará em prática. Quem ganha é a cidade, com esse grande brainstorm, ou como dizem: toró de parpite”, concluiu o vereador.
WELINGTON
Vereador de primeiro mandato – e já tendo disputado a Prefeitura de Americana nas eleições suplementares de 2014 – Welington Rezende (Patriota) disse que já retornou a algumas atividades de seu escritório particular, mas que segue atuante na Câmara até o fim do ano e está de olho em 2022.
“O partido tinha me colocado com o objetivo de ir para deputado. Preciso ver como estará o mapa político da região, ainda temos conversas a fazer. Mas não vou desistir da questão política. Acho que temos que acompanhar, temos que levar ideias até o Chico. O sentido é unir forças para a cidade, não podemos deixar esse trabalho ter sido em vão”, afirmou.
Sobre o resultado das eleições, Welington disse que entre Chico e Rafael Macris (PSDB), preferia o resultado que aconteceu. “Eu pessoalmente não queria a linha do PSDB, é muito diferente do que a gente pensa para a cidade. O Chico também é diferente, mas é melhor que o PSDB, mas quem escolhe é a população”, disse o candidato a vice na chapa de Maria Giovana.