O superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana, Carlos César Gimenez Zappia, afirmou ontem, durante sabatina de três horas na Câmara, que a nova captação no Rio Piracicaba será entregue neste semestre e Americana terá, a partir de então, menos problemas no abastecimento.
Zappia foi convocado para a sessão de ontem da Câmara para esclarecer dúvidas dos parlamentares. Segundo ele, o trabalho para entregar a captação começa em breve.
“Sobre a captação, estamos retomando nos próximos dias a interligação da captação velha e nova para começar a ligar a nova. Devemos operar ainda este mês em teste, para depois o prefeito entregar definitivamente, ainda no primeiro semestre”.
A obra deveria ter sido entregue em maio de 2020, parou por problemas judiciais e foi retomada pela empresa construtora responsável pela obra.
Zappia informou que as prioridades da prefeitura são a conclusão da captação, “primordial e importantíssima”, construção de novos reservatórios e troca de redes generalizadas. “São as principais prioridades, em razão do desabastecimento”.
Entregue a captação, o segundo semestre será melhor. “Estaremos muito mais tranquilos, pois já teremos entregado a captação funcionando, além de trocas de rede e de registros antigos”, explica Zappia.
A interligação entre a velha e a nova captação deve causar uma paralisação do abastecimento de água em toda cidade por algumas horas, informa Zappia.
Para a região do pós-Anhanguera, o DAE vai contratar empresa para fazer levantamento semelhante ao que foi feito na região do Boer, para determinar os pontos exatos de válvulas de controle e de pressão. “Nos próximos meses faremos processo licitatório com empresa especializada”, disse.
Estudos devem ser feitos, um por vez, em diferentes regiões da cidade. “Pedimos para duas universidades estudo de tecnologia de baixo custo, primeiro para a região do Zanaga e depois provavelmente para a região do Cidade Jardim”, informou.
Sobre a região do São Luiz, que tem sofrido com falta de água, o superintendente do DAE disse que há uma rua do bairro que está com a rede de ferro entupida. “Precisa trocar, estivemos lá, fizemos levantamento. Está programado para fazer o mais breve possível”, explicou.
Sobre a região do Parque Liberdade e Gramado, Zappia explicou que o reservatório R8, na frente do Estádio Décio Vitta, abastece toda a região, do São Domingos até a Balsa. “É uma estrutura única, com problemas seríssimos. A rede passa por depressões, sobe e desce, que formam bolsões de ar. Começamos processos para resolver, tem equipe trabalhando dia após dia nas redes para atender melhor a região”.
A intenção é ter uma sistema independente do R8, para abranger do Parque Gramado à Balsa. “A cidade esqueceu do abastecimento de água por 20 anos. Não trocou rede, não investiu. Precisamos trocar redes, tem regiões antigas, Frezzarin, Girassol, São Vito, com redes da década de 40, 50, incrustadas, que ainda operam”.
Zappia prometeu uma troca de rede constante, em 60 ruas até o final do primeiro semestre. Para fazer 100 metros de troca, são necessários quatro ou cinco dias, relatou.
Segundo o superintendente do DAE, são 400 quilometros de rede de tubulação que precisam ser trocadas.
“O problema é a idade das redes. Estamos vendo possibilidade de trocar rede de água do São Vito inteira, são mais de 19 quilômetros de uma vez”. A ideia é fazer trocas por inteiro para facilitar os serviços. Rede do Jardim São Paulo também está na lista.
Zappia calcula que Americana esteja com cerca de 100 vazamentos de água. “Quando assumimos tinha três mil vazamentos”, afirmou.
Cinco equipes tercerizadas e quatro do DAE estão nas ruas para resolver os vazamentos. “Pedimos que comuniquem, muitas vezes pessoas citam vazamento de dez dias que a gente não sabia”, relatou.
FUTURO
Para o futuro, Zappia disse que busca descentralizar o abastecimento de água na cidade. “Com captações em vários pontos, descentralizar é o mais seguro, estamos estudando possíveis pontos para dividir pela cidade, mas nada definido”, adiantou.
