sábado, 18 maio 2024

‘Carlos Gomes’: capítulo quatro

Um evento especial, programado para a próxima quinta-feira (26), marcará o lançamento do quarto volume da série especial de livros sobre a trajetória do maestro Antônio Carlos Gomes, que nasceu em Campinas e construiu uma carreira consagrada nos palcos mais refinados da Europa. 

O evento acontecerá a partir das 19h, no Rias Restaurante (I Am Hotel Residence), localizado à Rua dos Alecrins, 745, no bairro Cambuí em Campinas. A entrada é franca. 

A história do maior compositor brasileiro de todos os tempos é contata pelo historiador Jorge Alves de Lima, que também preside a Academia Campinense de Letras (ACL), e dedicou nada menos que 20 anos para estudar, de maneira apaixonada, os episódios da vida do filho mais ilustre da cidade. 

Desde o primeiro volume da série, publicado em 2016, Jorge vasculhou documentos e imagens de época, em bibliotecas públicas e acervos particulares, tomando o cuidado de apurar a verdade das informações, com a pesquisa paciente de jornais de época. 

O resultado é um relato minucioso da sociedade de então. O cidadão de hoje se delicia em uma viagem no tempo, e é apresentado a uma Campinas única. A mesma cidade da elite cafeeira que aplaudia concertos internacionais tinha a massa miserável que pedia esmola. Uma cidade que revelou um gênio, mas que nunca lhe rendeu o tributo merecido. 

Esta é, em síntese, a proposta do autor: render, sim, uma homenagem justa a um grande e incomparável talento. 

TRAJETÓRIA 

Nas três primeiras edições, a obra mostra como o compositor nasceu, como o talento raro chamou a atenção da sociedade, conquistou a crítica, lotou auditórios. Mas a série também mostra os capítulos tristes. O maestro adoeceu, buscou refúgio em solo brasileiro, foi acolhido no Pará e lá morreu. 

Foi só naquele triste 16 de setembro de 1896 – data em que o maestro partiu – que Campinas passou a se sentir na obrigação de prestar o devido reconhecimento. Começou, então, a saga contada em detalhes no quarto livro. 

BRIGAS 

Da morte em Belém (PA) ao sepultamento definitivo do corpo – no elegante monumento túmulo da Praça Bento Quirino, em Campinas – a comunidade assistiu a quase uma década de brigas, polêmicas, desencontros, protestos. Se perderam horas, sessões intermináveis em gabinetes públicos. Se discutia o projeto do mausoléu, onde ele ia ser construído e quem ia pagar a conta. 

Houve contestação, denúncias, discursos apaixonados. A novela acabou no chuvoso dia 5 de julho de 1905, quando a esquife com os restos mortais do maestro fora depositada no túmulo, sob os olhares de artistas, políticos e jornalistas do mundo todo. 

É como se aqueles pingos da chuva acalentassem milhares de corações que, em praça pública, finalmente prestavam uma homenagem digna ao gênio. 

O autor prevê para 2021 o lançamento do quinto e último volume da série histórica, que vai tratar do legado cultural do maestro Carlos Gomes. 

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