quinta-feira, 25 abril 2024

De volta à terrinha, tenor Cesar Camargo se apresenta em Americana

Da arte de viver os sonhos, Cesar Camargo entende. Radicado na Rússia há sete anos, o tenor americanense volta a sua cidade natal uma vez por ano para amenizar a saudade. O intervalo longe de casa, dos pais, amigos e familiares logo é recompensado quando o cantor lírico sobe aos palcos.

E é isso que ele vai fazer nesta sexta-feira, às 20h, no Teatro Paulo Autran. Com o show “Duetos”, propõe um reencontro consigo mesmo, com a própria arte e com o seu público mais fiel.

Cesar Camargo terá como convidada Isabella di Lele, que também participou do programa Raul Gil. “Há seis anos, ela se apresentou comigo aqui em Americana. Então, será um feliz reencontro”, vibra. No repertório, temas clássicos como “O Fantasma da Ópera”, “Tormento d’amore” e “Vivo Por Ella”.

Após a apresentação no Paulo Autran, voltará para a Rússia. Mas por pouco tempo. Ele vai cumprir uma agenda e, nos próximos 70 dias, sairá em turnê.

Decidido a morar novamente no Brasil, ele se prepara para voltar à terra natal. Por isso, a expectativa é de que esteja de volta em abril, por tempo indeterminado. “O motivo de eu voltar é para trazer tudo o que vivi na Europa para cá”, confessa.

CONQUISTAS PROFISSIONAIS
Aos 30 anos, Cesar Camargo comemora as conquistas profissionais. Vivendo em São Petesburgo, segunda maior cidade da Rússia, o cantor de ópera é contratado de um teatro federal russo. Na Europa, concluiu cursos de graduação e especialização.

O tenor lírico também é especialista em Óperas e ator de Teatro Musical. Além disso, acumula prêmios internacionais e concertos em países como Suécia, Finlândia, Israel, Estônia e Letônia. Sem falar na participação no programa Raul Gil, que impulsionou a carreira artística.

TALENTO NATO
Tudo começou ainda quando criança. Cesar cresceu acompanhando os pais em atividades na Paróquia São Luís Gonzaga, no bairro São Luís, em Americana. Até hoje, D. Aparecida e S. Luís cantam no coral da Igreja. E foi no mesmo coral que Cesar cresceu emocionando os fiéis.

No início, ele conta que tentava imitar cantores a partir das referências que tinha, como o italiano Andrea Bocceli.

Aos oito anos, ganhou do pai uma coletânea de CDs com música clássica. Foi o primeiro contato com Beethoven e Tchaikovsky. “Pequenininho, eu dizia para todo mundo que música clássica era meu o gênero musical preferido. E meu compositor favorito era Tchaikovsky”, relembra ao justificar que as escolhas aconteciam pelo fato da musicalidade despertar o seu imaginário de criança.

Aos 15, Cesar foi estudar na EMPEM (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle). Depois, entrou para um coral de Americana. Com 16 anos, passou a integrar a Orquestra Sinfônica de Americana. “Foi uma escola. Junto a músicos profissionais, eu dava o melhor de mim para estar no mesmo nível deles”, comenta.

Ampliando os horizontes, aos 17 anos surgiu a oportunidade de participar do quadro “Novos Jovens Talentos”, no programa do Raul Gil. Em 20 dias, Camargo era um dos finalistas da competição.

Em 2007, os 14 selecionados do programa gravaram um CD. Outra conquista foi uma bolsa de estudos na Cia. de Ópera São Paulo.

OUTROS PLANOS
Com a incerteza de seguir com a música profissionalmente, Camargo começou a estudar Direito em Americana. “Em 2011, fui surpreendido com uma publicação no Facebook em que um fã questionava o porquê de eu não querer cantar mais”, conta. “Um russo, que hoje mora em Nova Iorque, viu meu vídeo e me convidou para uma audição na Rússia. Fui para ficar duas semanas e fiquei 7 anos”, brinca.

Com essa reviravolta, Cesar enumera sonhos realizados: aprovação em Conservatório ao cantar ópera em italiano, que ele diz ter aprendido sozinho de tanta repetição; único estrangeiro selecionado para ter aulas de teatro, dança e idiomas no Teatro Mariinsky; oportunidade de conhecer o tenor Plácido Domingo; participação e acompanhamento de produções de espetáculo.

Cesar reconhece que o amparo recebido impulsionou muitas conquistas. No entanto, reforça a ideia de que “as coisas não caem do céu”. “Às vezes, nem tenho noção de tudo que já vivi. Mas isso também é fruto da minha persistência”, enfatiza.

 
 

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