domingo, 28 abril 2024

Fé e história em Aparecida

Histórico do museu que ocupa três andares da Torre da Basílica consta em produção do Centro de Memória da Unicamp  

(Foto: Prefeitura de Aparecida do Norte/ Divulgação)

O peregrino ou fiel que chega à Basílica de Nossa Senhora Aparecida tem dois destinos principais: a visita à imagem da padroeira do Brasil e a Sala das Promessas (ou dos Milagres), para deixar algum objeto que represente o agradecimento por uma dádiva alcançada. Mas a grandiosa estrutura de um dos santuários católicos mais visitados do mundo também guarda relíquias que contam a história da devoção e da construção do templo. É o Museu Nossa Senhora Aparecida, que ocupa três andares da Torre da Basílica, além do Mirante, com uma ampla vista panorâmica da cidade e região, por onde se inicia a visita.

A saga para ter um local apropriado para abrigar o acervo que começou com a doação de itens históricos por romeiros é contada pela historiadora e museóloga Erica Andreza Coelho Bowersox no artigo “Acervos que narram a história: a atuação do Museu Nossa Senhora Aparecida”, que faz parte do e-book “Memória & Preservação das histórias locais”, lançado nesse fim de semana pelo Centro de Memória da Unicamp (CMU), disponível no site da instituição. O estudo do museu foi o tema da dissertação de Erica no mestrado em Museologia pela USP em 2019.

Idealizado pela professora Conceição Borges Ribeiro Camargo e seu marido, Vicente Camargo, com fundação em 8 de setembro de 1956, o museu ocupou diversos imóveis e chegou a ser “vizinho” da Sala das Promessas, o que incentivou grande volume de doações. A contribuição dos peregrinos desenhou um acervo abrangente e eclético, com objetos de diversas áreas, conforme descrito no artigo: “Objetos arqueológicos, objetos litúrgicos, relíquias, joias, paramentos religiosos, imaginária, arte popular, ex-votos, louças e porcelanas, prataria litúrgica e doméstica, pinturas, esculturas, objetos de uso doméstico cotidiano, instrumentos musicais, coleções de etnologia, mineralogia, numismática, filatelia, materiais da Revolução Constitucionalista de 1932 e Segunda Guerra Mundial, objetos da cultura tropeira, artesanatos e outros. Em especial, peças procedentes da Basílica Velha e da Sala das Promessas, ligadas à história do Santuário Nacional e à devoção a Nossa Senhora Aparecida, compondo, portanto, um acervo expressivo e diversificado”.

Museu completa 65 anos com seis exposições simultâneas
Neste ano, o museu completa 65 anos e conta atualmente com seis exposições: Rainha do Céu, Mãe dos Homens, Aparecida do Brasil, O Museu e suas Histórias, A Rosa de Ouro, Coleção Santa Gertrudes de Imagens Paulistas do Século XVII e Vitrine com Artes de Vitor Brecheret.A gestão do acervo passou por mudanças e especialização, com a adoção de critérios para aquisição dos objetos, que passaram a ter uma avaliação antes de serem aceitos e expostos, o que abrangeu também as doações para a Sala das Promessas para incorporação ao acervo do Museu.

A autora pontua que as coleções vão além do conteúdo religioso, mas mostram-se ecléticas, “com aspectos significativos das relações do homem com seu cotidiano, sua expressão, as relações do homem com a natureza, em uma visão etnográfica”.

Mais informações sobre doações, horários e preços de visitação estão disponíveis no portal da Basílica.

Mostra | Objetos em agradecimento a dádivas alcançadas compõem coleção (Foto: Divulgação)

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