quarta-feira, 24 abril 2024

Isolamento social: tempos também de solidariedade

Se a ordem é ficar em casa, para reduzir a curva de casos confirmados de coronavírus, então que sejam dias produtivos. E solidários. Do Condomínio Guarani, na Rua Comendador Muller, na Vila Redher, em Americana, vieram duas iniciativas que ajudam idosos e moradores em geral a aliviarem a tensão. 

Saxofonista da Bigtime Orchestra, de Curitiba, o músico Marcio Rangel, 54, que mora há quatro anos em Americana, resolveu deixar de ensaiar baixinho com a janela fechada. O grupo grava clipes com cada músico na sua casa para depois editar e disponibilizar nas redes sociais. “É uma forma de ajudar, com nossa música, a amenizar um pouco a preocupação e desconforto de toda essa situação de isolamento social”, disse. 

Sábado retrasado, o músico gravou um vídeo de uma das faixas do DVD para enviar a Curitiba. “Assim que terminei, abri uma janela e toquei uma música apenas. Tive a intenção de que pelo menos tocasse o coração de alguém que eventualmente ouvisse e levasse alegria e conforto através do som”, disse. Resultado? Sucesso total. No dia seguinte, tocou mais duas vezes, a pedidos. 

“Para minha surpresa, não só muitos moradores do meu condomínio, mas também vieram aplausos e agradecimentos de várias janelas dos prédios e casas do entorno. A receptividade foi muito boa. Diversos moradores agradeceram através dos aplausos e gritos de ‘mais um'”, contou. Agora os ensaios serão de janelas abertas 

AJUDA AOS IDOSOS 

No mesmo prédio, um casal se prontificou a ajudar os idosos. A moradora solidária é médica e colocou aviso no elevador para que todos os idosos acima de 60 anos fiquem em casa, não circulem e entrem em contato pelo interfone porque ela e o companheiro fariam as compras nas farmácias, padarias, supermercados e o que precisassem. E ainda consultaria os idosos de graça. A reportagem contatou a médica, mas não obteve retorno. 

“Para mim, esta foi a iniciativa mais interessante, mais bonita e eu me senti muito bem, porque eu estava muito preocupada, porque eu tenho 65 anos, moro sozinha. A minha preocupação era justamente essa. Quem ia fazer alguma coisa para mim. Quando vi isso no elevador, na hora liguei para essa jovem, agradeci o que estava fazendo, porque era por mim e por todos os idosos do prédio. Eu achei isso muito bonito. E realmente está funcionando”, disse a professora universitária e reverenda Ione da Silva. “Para mim é um ato de solidariedade incrível no meio deste caos todo”, completou. 

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