Para Mônica Martelli, não existe cotidiano que não renda uma boa história. Em seu apartamento na região paulistana dos Jardins, a atriz comenta que não pode mais voltar da academia passando pela rua Oscar Freire.
“Gastei tudo o que tenho no banco, não tenho maturidade pra isso”, ri ela, já pensando no assunto para seu próximo Stories -ferramenta do Instagram, em que a atriz contabiliza 700 mil seguidores.
É de seu cotidiano que Martelli, 50, partiu para reinventar a carreira. A atriz passou anos em papéis secundários na TV, como a tartaruga do infantil “Caça Talentos” ou a secretária Paula da novela “Por Amor”, que sempre tinha a mesma fala: “Dr. Arnaldo, Dona Branca na linha C”.
Em 2005, estreou numa salinha de 80 lugares, no Rio, um monólogo despretensioso, “Os Homens São de Marte… E É pra Lá que Eu Vou”, que se provou um sucesso.
A peça teve 2,5 milhões de espectadores, virou filme e série de TV e ganhou sequência, “Minha Vida em Marte”, que estreou em São Paulo, dirigido por Susana Garcia, irmã da atriz. A peça fica em cartaz até 22 de dezembro no Teatro Procópio Ferreira.
EM CRISE
Se no primeiro espetáculo a protagonista Fernanda, alter ego de Martelli, falava da solteirice aos 30, agora ela tem 45 anos, já tem filhos e enfrenta uma crise conjugal.
Como de praxe, a atriz se baseia na própria vida. “Tudo tem de mim,minhas tristezas, alegrias, idealizações”, conta ela, que, para a nova peça, se baseou no fim de seu casamento com o produtor musical Jerry Marques.
O impulso para pôr de pé “Os Homens São de Marte…” veio da mãe, Marilene Garcia, “feminista, maravilhosa”, como define a filha -primeira mulher eleita vereadora de Macaé (RJ), em 1982, Marilene levava um pinico à Câmara para protestar contra a falta de banheiro feminino ali.
“Ela me falou: ‘Minha filha, o que que você está esperando? Que o mundo olhe pra você? Pega um caixote, vai pra praça, fala seu texto pro mundo'”, lembra Martelli.
A atriz diz ainda ter muito a dizer: já tem uma versão em filme de “Minha Vida em Marte”, que estreia em 27 de dezembro, com Paulo Gustavo e Marcos Palmeira no elenco. E depois pretende criar um terceiro monólogo e começar um canal no YouTube sobre relacionamentos.