sexta-feira, 19 abril 2024

O segundo som de ‘Vagale’

O álbum de estreia geralmente chega para chocar, surpreender. Afinal, é o novo, inesperado. Já o segundo reflete um pouco da bagagem, experiência, amadurecimento.

É desta forma que em seu novo álbum, a banda Vagale apresenta uma sonoridade coesa, com letras e arranjos ousados. “Ruído Branco” surge por meio dos instrumentos de sopro, percussão e na utilização de elementos da música eletrônica em suas canções.

Com influências que transitam entre indie a MPB e Bossa Nova, a banda é formada por Bruno Carlini (voz, guitarra e sintetizador), Frederico Brühmüller (baixo), Wilian Nunes (bateria) e Lucas Duarte (guitarra e sintetizador).

ÁLBUM

Os diversos nuances das canções de “Ruído Branco” já podem ser sentidos a partir de sua identidade visual. Cada música do disco representa uma cor e isto pode ser observado nos singles “Placebo” (vermelho) e “Descomunal” (verde). Pensando no branco como a mistura de todas as cores, o “Ruído Branco” se apresenta como resultado de todas as frequências sonoras na mesma intensidade.

Esta conexão se apresenta também entre as faixas do álbum por completo. Propondo uma metáfora, em que cada uma das músicas presentes representam uma frequência sonora diferente, todas interligadas, a proposta também não se difere na conectividade das letras de cada canção. A lógica é a mesma.

Produzido para ser assimilado de forma mais introspectiva, os temas abordados passam por religião, relações pessoais, política, consumismo e até o medo da morte. Neste segundo projeto, a Vagale busca uma sonoridade própria, sem perder sua personalidade.

PERMANÊNCIA | Projeto consolidade identidade própria

Para Bruno Carlini, o processo de concepção foi completamente diferente do primeiro álbum. “No “Ruído Branco” nós pensamos no conceito muito antes de começar as gravações. Fizemos conectar as músicas com a capa, usar as cores, o próprio ruído branco e tudo que o termo trás pra mensagem do álbum. No “Puro”, como o nome já diz, são nossas primeiras músicas, então ele é um álbum mais solto pra ouvir no aleatório”, diz.

O vocalista relembra influências no processo. “Tínhamos bastante influência de hardcore e grunge com algumas leves experimentações, que já soa como um indie experimental com alguns momentos de samba e elementos eletrônicos”.

ESTRADA

A Vagale foi formada em Campinas em meados de 2012 por amigos de escola que tocavam juntos em aberturas de shows de bandas na cidade e tinham algumas músicas para gravar. “Éramos crianças, então não tínhamos dinheiro nem a menor ideia de como gravar uma música”, conta Bruno. Em 2016, com a compra de seus próprios equipamentos, surgiu também o primeiro álbum “Puro”.

As influências são as mais diversas. “Às vezes o som da porta, uma respirada funda já pode ser um gatilho pra algo surgir. A gente ouve de tudo um pouco, desde coisas dentro do estilo da Vagale, como Arctic Monkeys, Los Hermanos, Cicero, Foals, Death Cab, clássicos como Beatles, Novos Baianos, Radiohead, até Techno a gente se pega ouvindo”, confessa o vocalista.

“O objetivo sempre será fazer o som mais legal que conseguirmos. O que nos leva a explorar nosso tempo com a música é a própria vontade de fazer música, a gente gosta de estar e de tocar junto”, finaliza Bruno.

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