O projeto do TIC (Trem Intercidades) – que promete ser uma alternativa no transporte de passageiros entre São Paulo a Campinas – deverá ser expandido até Americana com a construção de um anel ferroviário – que seria o responsável por desviar todas as composições de carga da zona urbana a partir de Campinas.
Assim, a única linha já existente – que atravessa a região central de Americana e Sumaré – seria usada exclusivamente pelo TIC para a locomoção de passageiros.
Americana tinha sido deixada de fora da primeira etapa prevista de execução do projeto (de São Paulo a Campinas) porque a linha existente não comportaria o transporte simultâneo de cargas e passageiros.
Com um anel férreo só para cargas, não seriam necessários investimentos milionários para terraplanagem, desapropriações e instalação de um traçado férreo paralelo.
A solução, já debatida pelos técnicos da União e do Estado, deve tornar viável a retomada do projeto original do TIC até Americana.
A informação sobre essa alternativa – alentadora para quem sonha com a volta do trem de passageiros – é do deputado federal Vanderlei Macris (PSDB).
Desde 2017, o tucano integra o projeto, representando a região nos encontros técnicos que tratam do assunto.
PREÇO DA TERRA
Macris explica que o custo de um futuro anel ferroviário seria muito mais baixo que o da construção de uma linha paralela à existente. O terreno da zona urbana, lembra o deputado, é muito mais caro.
As despesas do anel ferroviário, no caso, serão compartilhadas pelo Poder Público e pelas empresas que exploram a malha.
O acordo é previsto no próprio documento que trata da concessão do trecho à iniciativa privada pelos próximos 30 anos.
COMO FICA
Macris explica que, neste ano, serão executados os procedimentos para a implantação do TIC até Campinas.
A União, o Estado e as concessionárias (Rumo e MRS Logística) definem a troca de áreas dominiais para o transporte de cargas e passageiros, assim como os investimentos necessários para eletrificação e adequações.
No trecho entre São Paulo e Francisco Morato (entre a Capital e Jundiaí), já opera a linha rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Pela parceria, as empresas de carga vão assumir o transporte de passageiros já consolidado, que vai garantir aos administradores da malha o retorno dos investimentos.
Entre Francisco Morato e Campinas, o projeto ainda depende de adequações técnicas, definição das paradas e das regras de compartilhamento da malha. As negociações estão adiantadas.
A expansão para Americana – com a consequente construção do anel ferroviário – deve entrar no cronograma de serviços a partir de 2021.