Cesar Cielo, 31, disse ontem, em entrevista no clube Pinheiros, em São Paulo, que tomará uma decisão sobre se aposentar ou continuar em ação quando voltar das suas férias, no início de 2019.
A competição mais recente do medalhista de ouro nos Jogos de Pequim-2008 foi neste mês, no Mundial de piscina curta (25 m) disputado em Hangzhou, na China. Cielo obteve duas medalhas de bronze, nos revezamentos 4 x 100 m livre e 4 x 50 m medley.
Para Cielo, a continuidade de sua carreira depende sobretudo de ter vontade e acreditar que pode seguir mais um ano em alto nível.
“Coloquei para mim como meta estabelecer uma decisão final em janeiro. Acabamos de voltar de um dos campeonatos mundiais mais bonitos de que participei. Ainda estou empolgado com o que aconteceu. Em janeiro, se eu sentir saudades da piscina e que tenho gás para continuar treinando, isso vai ajudar a tomar uma decisão final”, disse Cielo.
Ele também afirmou que tanto o seu futuro quanto o da natação brasileira dependem de apoio financeiro.
No ano passado, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos estimou que a verba de patrocínio para o ciclo olímpico de Tóquio-2020 seria 75% menor do que a da preparação para a Rio-2016.
“A parte financeira deve dar uma aquecida em 2019, mas nos últimos anos patrocínios fugiram do esporte. Dificilmente a gente vê pessoas fechando bons patrocínios. No meu caso, eu precisaria ter um patrocínio legal pra continuar”, declarou.
Nascido em Santa Bárbara d’Oeste (SP), Cielo é o único medalhista de ouro da natação brasileira.
Ele, que subiu no lugar mais alto do pódio após vencer os 50 m nado livre na Olimpíada de Pequim-2008, também ganhou duas medalhas de bronze, nos 100 (também em 2008) e nos 50 metros livre (Londres-2012).
Em Mundiais de piscina longa foram sete medalhas, sendo seis de ouro: 50 m livre (2009, 2011 e 2013), 100 m livre (2009) e 50 m borboleta (2011 e 2013).
Ele tem ainda uma medalha de prata, no revezamento 4 x 100 m livre, no Mundial de 2017. Contando as conquistas em piscina curta, o paulista é o maior medalhista brasileiro em campeonatos mundiais de qualquer esporte, com 19 láureas.
O velocista detém também os recordes mundiais dos 50 m livre (20s91) e 100 m livre (46s91), ambos obtidos em 2009, na época marcada pelo uso dos trajes tecnológicos.