A comerciante Giani Aparecida Molina de Lião, de 54 anos, foi assassinada com um tiro por um ladrão no último domingo (13), ao reagir a um assalto no açougue onde trabalhava há quase 30 anos junto com o marido, José Roberto de Lião, de 57 anos, no Jardim Colina, em Americana. O marido da vítima fatal também foi atingido na região da coxa ao entrar em luta corporal com o assaltante, que conseguiu fugir e ainda não tinha sido identificado até o fechamento desta matéria.
Segundo a família, o comerciante foi conduzido de ambulância ontem para acompanhar o sepultamento da esposa, ocorrido à tarde, no Cemitério da Saudade, em Americana, mas teria que retornar ao hospital para passar por cirurgia para a retirada da bala alojada na perna.
O crime de latrocínio (roubo seguido de morte) foi filmado por câmeras de segurança do açougue e a Polícia Civil, através da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, trabalha para identificar o assaltante, que utilizou um revólver calibre 38 para atingir o casal.
As imagens mostram quando o bandido invade o local com a arma em uma das mãos e uma sacola plástica na outra, na qual recolhia o dinheiro do caixa do açougue, cerca de R$ 495,00. Em determinado momento, a mulher reage ao roubo e se atraca com o assaltante, e o marido dela faz o mesmo. O bandido tenta se desvencilhar e acaba efetuando ao menos quatro disparos, que ocorrem fora da área de registro da câmera. O criminoso fugiu em seguida, deixando o dinheiro no chão.
Segundo testemunhas, o açougue estava com a porta principal fechada na hora que ocorreu o roubo e os proprietários e funcionários faziam a limpeza para o término do expediente de domingo.
O assaltante aproveitou-se do momento em que uma funcionária saiu para colocar lixo para fora para invadir o açougue por uma porta lateral.
A Polícia investiga se há algum veículo com o qual o criminoso chegou e fugiu do local e se ele estava sozinho ao cometer o crime.
Peritos da Polícia não encontraram projéteis de arma de fogo dentro do açougue. No local foram apreendidos, além do dinheiro que bandido recolheu do caixa, uma sacola com uma camiseta e a bolsa da comerciante, com dinheiro, documentos e objetos pessoais.
Bastante conhecida na cidade, a família Lião tem tradição, que passa por pais, filhos, tios e sobrinhos, há quase 60 anos em açougues de Americana.
FAMÍLIA DO RAMO
Conhecido como Beto, o açougueiro baleado junto da esposa, que acabou assassinada, está estabelecido no Jardim Colina desde 1990, quando comprou o próprio estabelecimento, após casar-se e ter trabalhado em mercado e também como industriário. O casal de comerciantes tem duas filhas, de 27 e 22 anos.
O secretário de governo da Prefeitura de Americana, Júnior Barros, lamentou o ocorrido. Ele conhecia o casal há muito tempo, as famílias eram amigas há anos. “O Beto e a Gi formavam um casal espetacular, que trabalhava junto e tratava os clientes como uma família. Eu estive no açougue deles minutos antes do que ocorreu, brincamos, comprei carne e conversamos como sempre fazíamos. É muito chocante perder a Gi desse jeito e agora estamos orando para que o Beto se recupere”, disse o secretário.
