O prefeito eleito de Paulínia, vereador Du Cazellato (PSDB), terá a Saúde como prioridade. Assim que tomar posse no início de outubro para um “mandato-tampão”, até 31 de dezembro de 2020, uma de suas primeiras medidas será, segundo ele, trabalhar para reduzir a fila de espera por consultas e exames e das cirurgias pré-agendadas no Hospital Municipal.
“Nossa expectativa é de que, até o final deste ano, vamos conseguir reduzir essa fila”, disse ontem o prefeito, vencedor na eleição suplementar de domingo com 13.119 votos (26,99% dos votos válidos). Ele e o vice-prefeito eleito, Sargento Camargo, deverão ser diplomados pela Justiça Eleitoral até o próximo dia 4 de outubro e empossados também no início de outubro (leia texto nesta página).
Em entrevista ao TODODIA ontem, Cazellato também antecipou que vai renomear o secretariado que esteve com ele no período em que exerceu a interinidade à frente do Executivo Municipal, entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, quando o tucano assumiu após a saída do então prefeito Dixon Carvalho (PP) e de seu vice, Sandro Caprino (PRB) – cassados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos em 2016. “Já conversei com o meu grupo (ex-secretários municipais) e todos eles toparam voltar à Administração”, antecipou Cazellato.
O prefeito eleito também deverá promover uma auditoria em contratos e contas públicas da prefeitura. “Isso será necessário, sem dúvida”, afirmou Cazellato.
Ele ainda se mostrou confiante na superação da instabilidade política a que a cidade foi submetida nos últimos anos – desde 2013, foram 13 trocas de prefeito. “A nossa expectativa é de colocar a casa em ordem. Mesmo com um tempo curto, de um ano e quatro meses, dá pra fazer muita coisa e nós vamos fazer”, afirmou.
DESAFIOS
O novo prefeito eleito enfrentará não apenas a desconfiança de boa parte dos 73,1 mil eleitores da cidade – que passaram, nos últimos cinco anos, por duas cassações de mandatos políticos e por uma intensa disputa pelo cargo de prefeito interino – como também uma lista de demandas que envolvem não apenas a Saúde, mas também as áreas de Infraestrutura, Trânsito, Transporte, Educação, entre outras.
Na Saúde, por exemplo, a rede não tem dado conta de uma demanda que só aumenta, não apenas pela necessidade dos moradores, mas principalmente por aqueles que vêm de outras cidades da região buscar atendimento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) de Paulínia.
A cidade tem 109 mil habitantes, mas, segundo a prefeitura, tem ao menos o dobro de prontuários registrados nas UBSs. Tudo isso fora a falta de medicamentos disponíveis nessas unidades.
O trânsito também está no rol das prioridades que o novo governo terá de enfrentar. No setor de Educação, o que se sabe é que nem todas as escolas municipais de Paulínia possuem estruturas semelhantes, há atraso na entrega de kits de uniforme escolar e falta de professores na rede.
Por fim, a empresa que opera o transporte público da cidade tem se mantido desde 2015 por meio de contratos emergenciais e o serviço prestado tem provocado críticas dos usuários, pelo tempo de espera nos pontos de parada e superlotação dos carros. O edital para concessão do serviço foi impugnado em janeiro deste ano.
TUCANO VENCEU COM 26,99% DOS VOTOS
A coligação “Paulínia com Atitude” (PSDB/PL), encabeçada por Du Cazellato a prefeito e Sargento Camargo a vice, obteve 13.119 votos (26,99% dos votos válidos) na eleição suplementar de domingo, segundo os resultados finais divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A data da posse ainda não foi confirmada – mas deve ocorrer até dia 7 de outubro.
Em segundo lugar ficou Nani Moura (MDB), com 11.211 votos (23,06% dos votos válidos) e, em terceiro, o empresário Tuta Bosco, com 9.485 (19,51%). Na sequência, vieram o prefeito interino Antonio Miguel Ferrari, o “Loira” (DC), com 5.535 votos (11,39%). Capitão Cambuí ( PSL), com 4.361 votos (8,97%); Coronel Furtado (PSC), com 1.913 (3,94%); Angela Duarte (PRTB), com 1.212 votos (2,49%); Custódio Campos (PT), com 1.054 (2,17%) e Marcelo Barros (PSOL), com 723 (1,49%), fecharam a lista. Ao todo, 25,5% dos 73,1 mil eleitores aptos a votar (18.685 pessoas) não compareceram. Votos em branco somaram 2.130 (3,91%) e nulos foram 3.700 (6,8%).
CLIMA
A eleição no domingo transcorreu em clima de tranquilidade nos 23 locais de votação. Segundo o Cartório Eleitoral de Paulínia, foram registradas apenas três ocorrências de urnas que tiveram de ser trocadas.
O aposentado Jorcerlândio de Sá Pedrosa lamentou ter de voltar às urnas mais cedo para a escolha do prefeito. “Acho triste, é uma situação lamentável. O ideal era quem ganhasse ficar os quatro anos para realmente fazer alguma coisa pela cidade”, comentou, logo após votar no colégio Porphyrio da Paz, no Centro. “Espero que, agora, nesse curto espaço de tempo, o novo prefeito consiga pelo menos equilibrar a cidade”, completou.
Com Rita Hennies