A vida da professora aposentada V.A.O.M., residente em Alfenas (MG), virou de pernas para o ar há cinco anos. Ela se relacionou com um morador de Sumaré por dois meses, mas sente os efeitos deste relacionamento tóxico até hoje. Mediante extorsão e ameaças, inclusive de morte, segundo ela, ele lhe deu um desfalque de R$ 140 mil, que tenta na Justiça reaver.
O conto de fadas foi o inverso. “Durante um tempo é o próprio príncipe e em seguida já começa. É dinheiro, dinheiro, dinheiro e ele faz qualquer coisa por dinheiro”, relatou a mineira, que procurou o TODODIA para contar sua história.
V. resolveu vir a público revelar o ocorrido, para que mais mulheres da região e de outras partes do país não caiam novamente na história do golpista, que ganha a confiança das vítimas – como foi o caso dela. “O cara é mesmo um golpista e continua dando os golpes, porque está livre”, relatou.
V. acredita que o acusado fez tudo “de caso pensado”, porque, diz, sabia que o marido dela tem um patrimônio avaliado em R$ 3 milhões.
Casada há 33 anos e professora aposentada, V. passava por um momento de fragilidade em sua vida em novembro de 2015, porque seus dois filhos estavam com as malas prontas para morar em São Paulo após concluir a faculdade. E seu ex-marido, M. M., com 91 anos, de quem cuida até hoje, começava a apresentar os sintomas de Alzheimer.
Nessa ocasião, V. dava um jantar em sua residência e conheceu M.D.F., morador em Sumaré, que foi levado por um amigo em comum. Muito educado e carismático, o acusado ganhou a confiança dela, segundo relatou a vítima.
Segundo V., depois desse dia, começou a receber ligações do acusado, que dizia estar apaixonado. Eles tiveram um relacionamento amoroso por dois meses. Ele, então, teria começado a pedir dinheiro emprestado. A professora aposentada diz ter repassado cheques e efetuado depósitos na conta do acusado, mediante compromisso de devolver as quantias. Ao perceber o golpe, se afastou, mas, segundo ela, começou a receber ameaças e ser extorquida por ele.
OUTRO LADO
A reportagem deixou recados na caixa postal do celular do acusado na sexta-feira passada (9) e neste feriado (12), mas não houve retorno.