No seu segundo teste real desde a disputa da Copa do Mundo na Rússia, a seleção brasileira encontrou dificuldades na vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai, ontem, no Emirates Stadium, em Londres.
Do Mundial até aqui, a equipe do técnico Tite havia tido tranquilidade para superar rivais de pouca expressão, como Estados Unidos, El Salvador e Arábia Saudita. A vitória mais apertada veio justamente no primeiro jogo diante de uma seleção de elite: 1 a 0 sobre a Argentina.
Contra os uruguaios, principalmente no primeiro tempo, o Brasil esbarrou na forte marcação adversária.
Foram cerca de 30 minutos com a seleção brasileira tentando superar a linha de cinco homens de azul no meio, mais a linha de quatro defensiva. O time trocava passes, mas esbarrava no muro celeste.
Sem conseguir entrar na área do Uruguai, Neymar recuou bastante para tentar iniciar as jogadas de ataque. Por vezes, vinha buscar a bola no pé de Arthur e de Walace, titular na vaga do lesionado Casemiro.
A dupla compôs o meio com Renato Augusto, convocado pela ausência de Philippe Coutinho, também desligado do elenco por lesão.
O trio atuou junto pela primeira vez, o que explica um pouco a dificuldade do Brasil de criar chances claras de gol. O estilo de jogo dos três passa mais pelo passe do que pela projeção ao ataque ou a infiltração pelo meio, característica de Paulinho, por exemplo.
Diante das duas linhas de marcação uruguaias, as trocas de passe se mostraram infrutíferas, obrigando o recuo de Neymar e fazendo com que a seleção apelasse para os chutes de média e longa distância.
Além do camisa 10, Filipe Luís e Walace tentaram abrir o placar nos arremates de longe, mas todos para fora, sem perigo para o goleiro uruguaio Martín Campaña.
Depois de segurar a primeira meia-hora de forte intensidade do Brasil, o Uruguai aproveitou a parte final do primeiro tempo para jogar um pouco mais e tentar agredir a defesa brasileira.
A segunda etapa serviu para Tite dar chance ao volante Allan, do Napoli (ITA), que entrou no lugar de Renato Augusto para fazer sua estreia com a seleção brasileira.
Richarlison, que participou de todas as convocações do treinador desde o Mundial da Rússia, foi a outra mudança no time para a etapa final. O atacante entrou no lugar de Douglas Costa, que celebrou sua volta à seleção depois do episódio da cusparada em um atleta rival em partida do Campeonato Italiano.
PÊNALTI
O Brasil só conseguiu abrir o placar com um pênalti controverso marcado pelo árbitro inglês Craig Pawson.
Danilo invadiu a área pela direita e tomou um chute do lateral esquerdo Laxalt. Pawson não viu penalidade, mas atendeu ao chamado do bandeira, que orientou o juiz para a marcação do pênalti.
Os jogadores uruguaios reclamaram bastante com o árbitro de um toque de mão de Danilo, que de fato aconteceu após tentativa da defesa uruguaia de afastar a bola.
Neymar foi para a cobrança e deslocou Campaña para marcar seu 60º gol com a camisa da seleção. O camisa 10 é o terceiro maior artilheiro do Brasil na história, atrás apenas de Pelé (77) e Ronaldo (62).
Com a vitória, Tite e sua equipe mantêm os 100% de aproveitamento no período pós-Copa do Mundo da Rússia, com cinco triunfos. A seleção encerra 2018 na próxima terça-feira, com o jogo contra Camarões, na cidade inglesa de Milton Keynes.