A poluição, comum nesta época de tempo seco, provoca prejuízos ao meio ambiente e para saúde. Quando há queimadas e falta de chuva, a situação piora. Para especialistas, manter uma rotina saudável e reivindicar políticas públicas são essenciais contra o problema.
Segundo Mariana Matera Veras, pesquisadora e especialista em poluição do ar e saúde humana pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), a poluição é composta por gases e material em partículas. Ela pode ser originada na queima de combustíveis fósseis, emissão de indústrias e incêndios em florestas, por exemplo. Nas casas, o uso do fogão a lenha, lareira e fumar cigarro poluem o ambiente interno.
“A somatória de poluição com ar seco facilita a respiração desses materiais nocivos”, diz José Roberto Megda Filho, pneumologista e professor da Faculdade de Medicina de Taubaté.
Segundo o médico, o problema aumenta a irritação das vias respiratórias. Pessoas predispostas a alergia, com asma e rinite, tendem a ter mais crises quando a poluição está elevada.
Mariana explica que, quanto menor for o material particulado, maior a chance de ultrapassar as barreiras do organismo e agravar ou causar doenças. A longo prazo, a inalação constante pode provocar problemas respiratórios, cardiovasculares, impactos no sistema endócrino e até interferir no desenvolvimento dos bebês.
“As partículas são reconhecidamente cancerígenas para o ser humano. São associadas ao câncer de pulmão e, possivelmente, ao de bexiga”, afirma.
O médico complementa com a possibilidade de a inalação de poluentes poder causar câncer nas áreas da cabeça e pescoço.
Com o novo coronavírus, que ataca principalmente o sistema respiratório, Mariana diz que a pessoa com um pulmão comprometido devido à poluição pode sentir mais efeitos na saúde ao se contaminar. Ela menciona que há estudos no exterior que relacionam altos índices de poluição com mais mortalidade por Covid-19.