quinta-feira, 21 novembro 2024

Dr. Romar defende ampliação de leitos pediátricos na região

Candidato a deputado estadual pelo MDB diz que ‘precisa ter um médico na Assembleia Legislativa’

SUA VOZ | Dr. Romar quer avanços em atendimento a crianças e adolescentes na região (Foto: Leonardo Matos)

A campanha “Sua Voz, Sua Vez, Seu Voto”, da Rede TODODIA, ouviu ontem as propostas do candidato a deputado estadual Dr Romar (MDB), que é médico neurocirurgião. Ele afirma que pretende ser “o médico deputado estadual” na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e defende a sua eleição para lutar por avanços no atendimento de crianças e adolescentes por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) em Americana e região, incluindo a ampliação de leitos pediátricos.

TODODIA: Dr. Romar, gostaria que o senhor se apresentasse.

Dr. Romar: Eu sou Romar William Cullen Dellapiazza. Os meus pacientes me chamam de Dr. Romar porque sou médico pediatra, com área de atuação em neuropediatria. Eu nasci em Americana. Meu pai é de Santa Bárbara d’Oeste e minha mãe de Nova Odessa. Portanto, conheço muito bem a região. Aqui cresci. Aos 18 anos fui para a faculdade de medicina. Me especializei primeiro em pediatria e depois em neuropediatria. Voltei a Americana. Trabalhei na saúde pública, na antiga Policlínica. Tenho consultório particular. Fui presidente reeleito da Associação Médica de Americana. Como presidente da Associação, fui membro do Conselho Municipal de Saúde por seis anos e membro também do Conselho Diretor da Fusame (Fundação Saúde de Americana). Hoje faço parte do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Fui delegado representando o estado de São Paulo na Associação Médica Brasileira. E atualmente eu sou diretor da 14ª distrital da Associação Paulista de Medicina. Estou muito feliz com a possibilidade, se eleito como deputado estadual, de representar Americana, região e os médicos do estado de São Paulo. Atualmente, não há nenhum médico deputado estadual. Portanto, nós precisamos ter um representante médico dentro da Assembleia Legislativa (Alesp). São Paulo, Americana e região podem eleger um médico deputado estadual para que represente, não só a demanda de saúde para nossa cidade, mas qualifique o debate em toda a saúde dentro do estado de São Paulo neste momento tão ímpar e crítico que estamos vivendo da pandemia.

Quais motivos o levaram a ser candidato a deputado estadual? 

Obviamente a pandemia afligiu a todos nós médicos, pela forma como ela veio. Nós tivemos de readaptar todo o sistema de saúde e os hospitais. Leitos, tanto de adultos quanto pediátricos, foram desativados. Cirurgias eletivas foram suspensas. Exames eletivos foram suspensos, exatamente para atender a demanda. Mesmo assim, houveram momentos que chegamos ao limite do atendimento de leitos e de respiradores naquelas vezes que se tentou afrouxar as medidas de isolamento social. O sistema de saúde sofreu muito. Portanto, houve falta de insumos. Outras demandas que já venho acompanhando no consultório, como neuropediatra, eu vejo o aumento de crianças com o diagnóstico do transtorno do espectro autista. A necessidade que essas crianças têm não só de acompanhamento, mas de terapias especiais. A gente vê uma briga dentro da saúde suplementar, da saúde particular. Quem está brigando pelas crianças e pelos adolescentes da saúde pública? Considerando que 25% da população têm convênios médicos, 75% estão esperando o Poder Público criar recursos e fornecer atendimento e terapias especiais. Eu quero ser essa voz dentro do Parlamento para que essas crianças e não só as crianças portadoras do transtorno espectro autista. Estamos fazendo cada vez mais diagnóstico dessas doenças raras. Parte dessas doenças tem tratamento e, portanto, nós precisamos criar políticas públicas para que esses pacientes tenham acesso aos medicamentos que muitas vezes são caríssimos.

Especificamente para a nossa região, quais são as suas propostas para a saúde?

Obviamente nós precisamos reorganizar o sistema público de saúde. Temos de reativar os leitos hospitalares, seja adulto ou pediátrico. Nós temos de reorganizar os ambulatórios e os grupos de atendimento a doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Esses ambulatórios e esses grupos foram desativados por causa da pandemia. Então, eu quero estar dentro do Parlamento. Como isso cabe não só ao município, mas a região. Nós temos uma fila com mais de 70 mil pacientes aguardando um exame e uma cirurgia eletiva. Então, não dá para reorganizar o sistema público de saúde pensando só no município. Temos de pensar de forma regional. Me sinto qualificado, como médico, para dar à população o que ela precisa. Sem contar as mudanças que estão por vir. Agora neste ano foi aprovada a lei da telemedicina. Temos de tirar do papel e colocar em prática para diminuir a procura por postos de saúde. Parte dos que estão nos prontos atendimentos, não caracteriza uma urgência e os pacientes poderiam ser atendidos pela telemedicina. Isso vai mudar toda a maneira de atender a população. Nós vimos isso durante a pandemia. Muitas pessoas evitaram de ir ao pronto- -socorro por causa do risco de contaminação. Essa fila pode ser diminuída com a telemedicina. Nós precisamos ter um parlamentar médico dentro da Alesp para que essa lei saia do papel e possa ser uma realidade nos municípios da nossa região.

Se eleito deputado estadual, de que maneira atuar para aumentar o número de leitos psiquiátricos?

Isso é um problema. Nós acompanhamos aqui o dilema do hospital psiquiátrico Seara. Esse é um tema que não basta só brigar por verbas. Nós precisamos dizer à população que ao longo dos anos criou-se uma ideologia em relação ao paciente psiquiátrico como sendo fruto das injustiças sociais. Isso tem a ver, mas não é necessariamente só por causa disso. Nós vimos ao longo dos anos a redução de verbas nos hospitais psiquiátricos e a desativação de leitos psiquiátricos porque existe um movimento antimanicomial e inclui-lo na sociedade dentro do seu meio familiar. Hoje nós temos uma realidade extremamente injusta: o paciente psiquiátrico que tem dinheiro e tem acesso a internação e acompanhamento terapêutico; e, infelizmente, na rede pública não tem acesso. Temos de lembrar que parte da população de rua é de paciente psiquiátrico. Eles estão na rua porque não conseguem conviver com os familiares. A cidade de São Paulo tem mais de 40 mil moradores de rua. Isso passa sobre a discussão do financiamento do direito psiquiátrico e sobre recursos. O SUS paga R$ 80 a diária para o tratamento do paciente dentro do hospital, sendo que ele custa ao hospital, aqui no Seara, R$ 210. Então, a direção do hospital disse que quanto mais interna paciente mais aumenta a dívida. Portanto, nós temos de ter esse olhar muito especial ao paciente psiquiátrico. Principalmente, os pacientes com surto psicótico e precisa de internação hospitalar e muitas vezes internação prolongada. Para isso precisamos melhorar o valor pago para a diária e fazer convênio com clínicas particulares.

Como melhorar a regionalização do CROSS?

Vamos começar pela faixa etária pediátrica. Tenho certeza que vamos abrir uma porta que depois virá aos outros pacientes. Precisamos regionalizar a fila do CROSS de pacientes pediátricos, principalmente de terapia intensiva. Não é possível que a criança precise de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e consiga um leito a 200 km de distância. Temos de aumentar o número de leitos de UTI pediátrica na região. Mesmo que tenhamos de fazer convênios particulares para comprar leitos para as crianças terem acesso a UTI na sua cidade ou até 15 km. Esse assunto da regionalização do SUS tem sido debatido. Eu, como deputado estadual, vou brigar para que a porta que vai se abrir primeiro seja o leito pediátrico. Acho que vou conseguir.

Quais são as suas ideias para apoiar os empreendedores?

A minha preocupação é principalmente com os jovens envolvidos com a tecnologia digital. A tecnologia digital não observa limites geográficos. Eu tenho visto nômades digitais. Nós temos de aumentar a chance de empreendedorismo em Americana e na nossa região. Temos discutido o intercâmbio entre países, principalmente os países vanguardistas como Israel na tecnologia digital. Incentivar o intercâmbio cultural que já existe. Eu, como parlamentar, vou incentivar o empreendedorismo para que jovens empreendedores da nossa região possam ter parceiros desses países que são vanguardistas. Esse diálogo que quero estimular dentro da Alesp e trazer parceiros econômicos dentro da área da tecnologia digital para fomentar esse negócio na nossa cidade e região.

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