Pré-candidato à reeleição por São Paulo e presidente do Republicanos, deputado esteve na Rede TODODIA
A campanha da Rede TODODIA “Sua voz, sua vez, seu voto” recebeu esta semana o pré-candidato à reeleição por São Paulo, o deputado federal e presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. Pereira enfatizou a destinação de R$ 29 milhões para a região de Americana. “Foram para quatro eixos: saúde, educação (reforma de creches e escolas), desenvolvimento regional (maquinário e recuperação de asfalto) e cidadania (assistência social, CRAS e centros de reabilitação)”, disse. O deputado também comentou sobre seu trabalho como ministro da Indústria e Comércio Exterior no governo Michel Temer (MDB). Foi responsável por retomar um acordo comercial do Mercosul com a União Europeia.
TODODIA: Quais os principais projetos que você conseguiu implantar no Brasil enquanto ministro da Indústria e Comércio Exterior?
MARCOS PEREIRA: Eu assumi o Ministério de Indústria e Comércio Exterior no governo do Michel Temer no dia em que aconteceu o impeachment e ele assumiu como presidente (12 de maio de 2016). Fiquei até o início de 2018, foram 20 meses porque em 2018 eu saí para cuidar do partido que eu sou presidente e das eleições e também cuidar da minha candidatura para deputado federal. Foi a minha primeira eleição como deputado federal. Ocupei esses dois cargos públicos. Como ministro eu tive grandes desafios porque o Brasil estava um pouco aleijado no debate internacional e nós tivemos uma função de reinserir o Brasil no cenário internacional. Estive em 16 países e três vezes na China, Espanha, Portugal, Israel, Estados Unidos, fazendo agendas bilaterais na Índia, no G-20, entre outros. Vou citar três principais medidas: primeiro, eu fui o primeiro agente do governo brasileiro a retomar as negociações do acordo do Mercosul com a União Europeia. Esse acordo havia sido negociado há 20 anos e estava paralisado desde o início do governo Dilma e retomamos uma negociação bilateral entre eu e a comissária de Comércio da União Europeia. Fizemos várias agendas em vários países sobre este assunto, culminando ao final do governo Temer a conclusão do acordo. Deixamos as negociações em 98%, que o governo Bolsonaro concluiu. Nós anunciamos 37 medidas de desburocratização do comércio em seis meses. Dessas medidas, nós conseguimos ao final da gestão implementar 30 medidas e sete ficaram para o governo Bolsonaro dar continuidade. A principal dessas 37 medidas foi o Portal Único do Comércio Exterior que digitalizou todo o sistema de importação e exportação do Brasil. Nós conseguimos reduzir o tempo médio de exportações e importações em 40%, com a economia de muitos milhões de dólares. Outra medida que gostaria de destacar foi a criação do programa de indústria automotiva. Nós criamos o programa “Rota 2030”. O ciclo da indústria automotiva é de cinco anos e o veículo fica no mercado durante esse período. Nós lançamos essa política para os próximos três ciclos, dialogando com o Mercosul, para ter uma competitividade com a indústria europeia. Trouxe previsibilidade, segurança e incentivos para essa indústria nos próximos 15 anos e está em vigor no país.
O que o motiva a ser pré-candidato à reeleição?
Aprovar uma Lei em Brasília não é uma coisa fácil num primeiro mandato. São muitas leis e 513 deputados. Todos os dias as pessoas têm ideias. O que me motiva à reeleição é dar continuidade a esse trabalho de beneficiar mais de 400 cidades do estado de São Paulo, com mais de R$ 500 milhões. Tem uma cidade aqui no interior chamada Batatais (SP), recentemente estive lá. A Santa Casa, o principal hospital da cidade, vai ampliar os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de oito para 20 leitos. São 12 leitos a mais com recursos que nós encaminhamos e isso não tem preço: salvar vidas. Quero continuar minha militância em prol do setor produtivo, da indústria e do comércio para desburocratizar. Quero participar do debate para aprovação da futura reforma tributária. É o setor produtivo que gera emprego e o melhor programa social é o emprego.
Deputado, em quais setores o estado de São Paulo precisa avançar?
O Estado de São Paulo é a principal locomotiva do país. Quarenta por cento do PIB (Produto Interno Bruto) passa por aqui, mas nós precisamos avançar muito nas questões de logística, saúde, segurança pública. São Paulo está muito violento com esse modelo que está se determinando com o João Dória e o Rodrigo Garcia (PSDB). Precisamos melhorar o índice e o nível de educação. Acho que essas são as principais demandas. Apesar de estarmos em um dos estados mais ricos do país, a desigualdade social é muito grande. Se você for na Zona Leste de São Paulo, por exemplo, a pobreza é muito grande, falta saneamento básico, infraestrutura, falta qualidade de vida. Tem muitos desafios o município e o estado de São Paulo. Uma coisa muito importante para o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo é o problema da guerra fiscal. São Paulo tem perdido indústrias para Minas Gerais, Paraná e estados vizinhos, por causa de uma política mais desenvolvimentista e o governo do João Dória, por exemplo, aumentou os impostos. Ele não dá um tratamento tributário mais equânime às empresas que aqui estão instaladas. Há um crédito tributário e a maioria das indústrias não tem acesso e acaba “perdendo” esse crédito, ficando para um crédito futuro.
Como dirigente partidário, como você tem trabalhado a política do lado de dentro. Desde a escolha de candidatos e toda atuação nos bastidores?
O nosso partido Republicanos tem um manifesto político claro com os princípios e os valores que defende. Nós nos declaramos um partido conservador e liberal na economia. Então, incentivamos a livre iniciativa. Quem entra no partido, pedimos para que leia o manifesto. É uma forma de selecionar as pessoas que vêm para o nosso partido. O nosso país é grande e temos um país de dimensões continentais, essas questões são filtradas localmente. Um ou outro caso acaba escapando por aí a fora, mas a gente vai ajustando ao longo da caminhada. Conciliar as divergências. A política do Acre, por exemplo, é diferente da política do Pará, apesar dos dois estados serem da Região Norte. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também são diferentes. Não é nada fácil. Eu digo que sou um malabarista equilibrando pratos para não deixar cair.
Como estão as viagens. Está dispensando uma atenção maior ao estado de São Paulo por conta do Tarcísio de Freitas (pré-candidato ao governo paulista) ou tem outro estado que você avalia que está forte?
Eu não tenho viajado desde março por ter um candidato super competitivo para governador, o Tarcísio, de São Paulo, que é o nosso carro-chefe, o estado principal da Federação, e porque eu sou pré-candidato à reeleição aqui em São Paulo. Estamos nos dedicando a São Paulo, mas viajei bastante ao longo dos últimos dois anos por vários estados, fazendo articulações. Nós temos três estados com chances: Santa Catarina com o atual governador, Tocantins com o atual governador à reeleição e aqui em São Paulo com o Tarcísio.
Especificamente sobre o pleito aqui de São Paulo, como tem sido o diálogo com o Tarcísio, que tem crescido nas pesquisas. Vocês veem o Rodrigo Garcia (PSDB) como principal adversário e acreditam em segundo turno?
A eleição só vamos saber dia 2 de outubro, deve ficar entre o candidato da esquerda e alguém do centro ou direita. Nesse contexto, nós temos três nomes competitivos. O ex-prefeito de São Paulo que foi o pior prefeito. Tão péssimo prefeito que não conseguiu se reeleger. O João Dória ganhou a eleição dele no primeiro turno. Pela primeira vez na história de São Paulo capital, uma prefeitura foi decidida no primeiro turno. O candidato da continuidade ao aumento de impostos, a repressão, a lockdowns desnecessários. Todo mundo sabe que o fechamento dos comércios e templos religiosos pelo João Dória foi exagerado do que se exigia na altura. Temos o candidato da continuidade do PSDB que já está aí há 28 anos ou um candidato que é novo, competente e foi considerado o melhor ministro do país nos últimos dois anos e meio. Ao meu ver, nós teremos um desses dois candidatos, Tarcísio ou Rodrigo, contra o candidato da esquerda. Quem for ao segundo turno contra o candidato da esquerda, eu acho que vencerá as eleições.