Em Budapeste, a brasileira foi superada na batida de mão, em uma chegada emocionante, e terminou na terceira colocação, com bronze
Ana Marcela Cunha conquistou ontem (29) sua 14ª medalha em Campeonatos Mundiais nas águas abertas, a quarta nos 10 quilômetros, voltando ao pódio da prova depois de ficar de fora dele em 2019. Em Budapeste, a brasileira foi superada na batida de mão, em uma chegada emocionante, e terminou na terceira colocação, com bronze.
Assim, segue o tabu. Campeã de quase tudo, inclusive do ouro olímpico em Tóquio, Ana Marcela Cunha continua sem conseguir vencer a prova mais importante dos Campeonatos Mundiais. É a única medalha dourada que falta na sua enorme coleção. Vivi Jungblut fez uma prova abaixo do esperava e terminou na 16ª colocação.
Na ponta, a disputa foi no photo finishing, que mostrou que a holandesa Sharon van Rouwendaal, campeã olímpica em 2016 e prata no Rio, bateu pouquíssimo à frente da alemã Leonie Beck, com quem Ana Marcela vinha travando disputa direta por cerca de 500 metros. A holandesa veio por fora e passou à frente das duas. A brasileira bateu cerca de um segundo atrás.
“Eu tentei segurar ao máximo. Ficou eu, Leonie e Sharon. Duas campeãs olímpicas, sabia que ia ser um final dificil, elas vinham mordidas pelos 5 (quilômetros). A gente veio com o objetivo de ganhar tudo, não escondo isso, mas a gente está muito feliz. Sou a única com duas medalhas, posso sair com três”, disse Ana Marcela ao SporTV.
Não que as outras provas não sejam importantes, mas é para os 10 quilômetros que todas as melhores do mundo treinam, porque esta é a disputa olímpica. Até o nome da modalidade em português mudou para deixar isso claro. Agora é chamada águas abertas porque maratona aquática é só a prova de 10km, como no atletismo maratona é a corrida de 42,195km.
Em um vocabulário mais técnico, então, é possível dizer que Ana Marcela segue com o tabu de não conseguir ser campeã mundial da maratona aquática. Antes ela ganhou quatro vezes a prova de 25 quilômetros (2011, 2015, 2017 e 2019) e duas a de 5 quilômetros (2019 e 2022), sendo atual tetracampeã de uma e bicampeã de outra. Na maratona, ela foi bronze em 2015 e 2017 e prata em 2013, ano em que a vitória foi de Poliana Okimoto.
Ana Marcela ainda deve participar dos 25 quilômetros, amanhã (30), em um calendário tido como insano para qualquer mortal.