O tênis brasileiro conheceu mais um campeão de Grand Slam no último fim de semana. Aos 18 anos, o paranaense Thiago Wild conquistou o título da categoria juvenil do US Open e se colocou como a nova esperança da modalidade no país. O jovem de poucas palavras agora encara as comparações com lendas como Gustavo Kuerten, mas trabalha o lado psicológico há anos para migrar definitivamente para o profissional.
O título nos Estados Unidos, a princípio, encerra a passagem do brasileiro pelos torneios de base. A ideia agora é fixar-se entre adultos e rodar em torneios menores pelo circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), como challengers. Como inspiração para o sucesso, Thiago Wild evita mirar em compatriotas e tem um estrangeiro como ídolo desde a infância.
“Sempre tive um Nadal como ídolo e uma inspiração, nele que miro”, comentou o jovem tenista à reportagem, antes de destacar como o tênis está presente em sua vida desde muito cedo.
“Comecei a jogar com uns três anos de idade. Meu pai foi jogador profissional e sempre me incentivou; ele tem uma academia de tênis no Paraná, aí comecei a jogar cedo”, acrescentou o vencedor do Aberto dos EUA.
O plano de carreira de Thiago Wild vem desde a adolescência e tem como destaque a preparação psicológica, considerada importante para suportar as oscilações normais de um jogo até inevitáveis comparações com nomes como Gustavo Kuerten após o triunfo nos Estados Unidos.
Fora o lado técnico, em que busca evoluir para conseguir causar impacto entre os profissionais, o brasileiro quer manter a rotina criada há três anos para suportar a pressão de quem chega sob a pressão de um título de Major entre os juvenis.
“Há uns dois ou três anos, comecei um trabalho de meditação sob indicação dos meus técnicos. É uma rotina que criei e basicamente sigo desde então, me ajuda muito no dia a dia”, comentou o tenista, que vê a sequência da atual dinâmica de trabalho como fundamental para o sucesso a longo prazo.
“Agora vou seguir na mesma pegada, na mesma linha de trabalho. É isso. Nunca tive problemas [em relação a comparações]. A transição depende muito da confiança e de certas situações, basicamente”, comentou.
COMEMORAÇÃO
Thiago Wild mal teve tempo de digerir a conquista no último Grand Slam do ano. Acompanhado da namorada em Nova York, o brasileiro deixou a quadra, descansou no hotel e retornou rapidamente para o país. A conversa com a reportagem deu-se pouco depois do desembarque no Brasil.
A não ser pela quantidade de entrevistas concedidas ontem, o brasileiro ainda não viveu a mudança de patamar com a conquista em Flushing Meadows.
Segundo ele, nada mudou -e nem mudará- com o título no US Open. “Não pretendo mudar nada não a partir de agora. Tenho que focar bastante no desenvolvimento profissional, principalmente na entrada dos Challengers e seguir assim”, sentenciou o brasileiro campeão juvenil do último Grand Slam de 2018.