terça-feira, 16 abril 2024

Campeonato Inglês testa ‘seleção natural’ no futebol

Em 1992, quando o Campeonato Inglês virou Premier League, 71,3% dos jogadores da competição eram nascidos no país. Hoje, 67,7% são estrangeiros, em times que se assemelham a seleções multinacionais. Casos de Manchester United e Leicester, que abrem hoje a temporada 2018/19 da liga inglesa.

Dos 59 atletas dos dois clubes, 16 são ingleses: 27%. A porcentagem de atletas estrangeiros na Inglaterra é a maior das cinco principais ligas europeias. Na Itália, segundo país com mais jogadores de fora, o índice é de 55%.

O recurso da TV, além da receita dos clubes com bilheteria e ações aos torcedores, ajuda a sustentar as equipes.
As televisões pagaram 4,464 bilhões de libras (cerca de R$ 21,760 bilhões) por cinco dos sete pacotes de televisão do triênio 2019-2022.

A pouca quantidade de ingleses no campeonato do país tem gerado discussões.

Uma corrente defende que os reforços internacionais tiram espaço dos ingleses, diminuindo a força da seleção.
Há quem pense o contrário. Caso do economista Stefan Szymanski, que escreveu com o jornalista Simon Kuper o best-seller “Soccernomics”.

A tese dos autores: a Premier League não é vilã.

De 1966, quando foram campeões mundiais, até o início do atual formato, em 1992, a Inglaterra ficou mais vezes fora da Euro ou da Copa na comparação com o período atual, pós-Premier League.

Por esse argumento, o fortalecimento da liga local cria uma espécie de seleção natural. Jogam só os melhores, e se um inglês está entre eles, sobe o nível da seleção. A campanha inglesa na Rússia ajuda a corroborar essa tese.

Os jovens comandados de Gareth Southgate foram até a semifinal, fase que a equipe não alcançava desde 1990.
Com um técnico português (Mourinho, do Manchester United) frente à frente de um francês (Puel, no Leicester), inicia-se outro capítulo para alimentar a discussão.

Apesar de Southgate ter defendido que os jovens ingleses sejam mais escalados, para que ganhem rodagem.

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